Sim, a partir do dia 30 de abril, um dos crustáceos mais tradicionais da culinária nordestina terá que sair dos cardápios.
Ameaçado de extinção, o caranguejo guaiamum (Cardisomaguanhumi) é alvo de uma portaria do Ministério do Meio Ambiente que determinou que a partir desta data a iguaria não poderá ser mais vendida em bares e restaurantes de todo o país.
Para proteger a espécie, que vive nos estuários em mangues, a captura e comercialização do guaiamum fêmea já estava proibida há oito anos. A partir do dia 30 de abril, contudo, nem a fêmea nem o macho poderão ser mais vendidos.
Considerada uma iguaria da culinária nordestina por seu sabor mais adocicado (enquanto a espécie Uçá é mais procurada por sua pata, o corpo do Guaiamum cevado é preferido nas caranguejadas), a espécie é a estrela de bares tradicionais de Maceió como o tradicional Toca do Guaiamum, na Avenida Jatiúca (em frente ao restaurante japonês Ina), comandada há mais de 25 anos por Anilza Lúcia da Silva, mais conhecida por Nil.
“Se a fiscalização na boca do mangue fosse bem feita e eles não deixassem as fêmeas serem pegas, não precisaria nada disso”, diz Nil, contrariada com a proibição. “Além de me prejudicar e prejudicar o meu fornecedor, vou ter que mudar até o nome da casa se essa proibição durar muito”.
Antes mesmo da proibição, a proprietária já vinha diversificando o cardápio com ostras e lambretas (ao vinagrete ou molho de coco) e diz que agora deve apostar também em outras espécies de caranguejo. “Mas acho que vai ser difícil, porque o povo daqui só dá valor mesmo para o guaiamum”, diz Nil, que disse que agora só tem um pequeno estoque dos caranguejos para a venda antes da proibição.
Caso tenha mesmo que trocar o nome do estabelecimento, ela disse que já pensou em um nome provisório para rebatizar casa: “Toca da Nil”. © 2013 – 2014. Todos os direitos reservados ao AGENDA A. Este material não pode ser publicado, reescrito, redistribuído ou transmitido por broadcast sem autorização do AGENDA A.
Fonte: Agenda A
0 Comentários