“Já tenho a dor de ter perdido meu filho, agora quero poder enterrá-lo”. A declaração em forma de apelo foi dada por uma mãe dois dias depois de ter a confirmação de que o filho, Jeferson Cleber Matias Araújo, de 19 anos, foi assassinado com um tiro na nuca e teve o corpo abandonado em uma mata no bairro de Ouro Preto, em Maceió. Até o momento, o corpo não foi localizado, mesmo após buscas.
Em entrevista ao TNH1, na manhã desta segunda-feira, 29, dona Mônica destacou que Jeferson havia desaparecido na última quarta-feira e, somente no sábado, dia 27, confirmou o que mais temia, de que o filho foi executado. A mãe contou que recebeu uma mensagem de um suspeito por uma rede social, que indicou onde o corpo da vítima foi deixado. Além do “direct”, a mulher recebeu um vídeo em que Jeferson aparece ensanguentado e morto. “Tenho certeza que foi meu filho, reconheci pelo rosto e pela bermuda cinza que ele saiu, e era ele, eu vi! Mataram meu filho com um tiro por trás da orelha”, contou a mãe.
Dona Mônica disse ainda à reportagem que Jeferson desapareceu depois de receber um convite de um amigo para ir para o Ouro Preto. Ele disse para a mãe que retornava, mas isso não aconteceu. “Um amigo ligou para ele às 13h da última quarta e o chamou para ir no Ouro Preto. Eu disse para ele não ir, estava com um pressentimento ruim já. Mas ele foi, disse que depois voltava. Esse amigo é conhecido como Ninho, conheço ele por sempre andar com meu filho, mas não sei onde mora”, relatou Mônica.
“Depois, nada do meu filho chegar. Liguei pra ele e o celular estava desligado. Foi aí que me desesperei. Passou quarta, quinta, sexta, e sábado. Aí quando deu às 22h do sábado, mandaram mensagens pelo messenger, de que mataram meu filho e contaram onde ele estava. Essa pessoa depois me bloqueou, mas eu tirei o print da tela”, continuou. Veja o print:
Ela destacou que procurou a polícia mais de uma vez e buscas foram feitas na mata para tentar recolher o corpo da vítima, porém sem êxito. “Eu já tinha registrado o boletim de ocorrência quando meu filho desapareceu, mas tive que voltar na delegacia no domingo, já que soube que meu filho estava morto. Meu irmão veio do Rio de Janeiro me ajudar, porque não tenho condições de enterrar meu filho com dignidade. Ele está tomando à frente de tudo, e queremos achar o corpo do meu filho”.
A mãe de Jeferson contou ainda que a polícia deu apoio nas buscas. “É uma mata, bem difícil de andar, e é perigoso por lá, os policiais falaram isso. Meu irmão está tentando contato com a Polícia Civil, para continuar com as buscas, eu quero enterrar meu filho, quero ter esse direito como mãe”, afirmou dona Mônica.
A mulher também informou que não tem a certeza sobre o que motivou o assassinato do filho. Ela disse que não tinha conhecimento do envolvimento dele com ilícitos, como uso de drogas, mas que ele mantinha um relacionamento com a mulher de um presidiário. “Não sei se meu filho era usuário de drogas, sei que ele costumava sair para beber com os amigos, não sei se entre eles, rolava alguma coisa”.
“Antes de ele desaparecer, rolou um assunto de que ele estava em um relacionamento com uma mulher de um presidiário. Pode ter alguma coisa com isso, não sei. Ela era mais velha que ele, cheguei a conhecê-la, não sei se fizeram isso porque o marido dela está preso e soube. Só a polícia pode dizer”, acrescentou.
A mulher informou que a família compareceu nesta segunda na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Chã de Bebedouro, para fazer um novo apelo para que as buscas continuem e que os autores do crime sejam penalizados. A Polícia Civil comunicou que vai investigar o caso. “Ele era um bom filho, dormia comigo, era respeitoso, me dava bênção… Trabalhava às vezes como maqueiro, porque prestava serviço num hospital, mas só ia quando chamavam. Meu filho não merecia isso”.
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