Com o aumento nos casos de dengue em todo país, a população procura cada vez mais tratamentos e prevenções contra a doença. O que muita gente não sabe é que a vacina contra dengue existe e está disponível apenas em clínicas particulares.
Em Alagoas, é necessário um investimento de R$ 900 para a imunização com a aplicação de três doses, com um intervalo de seis meses.
Ao Cada Minuto, o médico infectologista Fernando Maia alerta que a doença pode levar à morte, por isso é recomendável a prevenção através da vacina disponível da rede privada.
“O custo da vacina no serviço privado ainda é alto, mas a dengue pode matar. Se tiver condições financeiras, a vacina se torna uma arma importante no combate”, explica.
Ele pontua que a vacina não está disponível na rede pública, apenas na privada. Porém, o Instituto Butantan desenvolve, há mais de 10 anos, a vacina da dengue que induziu a geração de anticorpos em 100% dos indivíduos que já tiveram dengue e em mais de 90% naqueles que nunca haviam tido contato com o vírus.
“A vacina do Butantan já tem promessa de compra pelo Ministério da Saúde, então eu creio que muito em breve a gente deve começar a vacinar contra a dengue também”, diz.
Questionado sobre a necessidade de procurar um médico antes de tomar a vacina, ele avalia que o profissional deve solicitar a indicação da vacina. Para ele, o imunizante tem contraindicações, que são raras, mas o paciente deve ser consultado antes da aplicação.
Sintomas
Maia destaca ainda que o paciente pode ter dengue de forma assintomática. “Metade dos pacientes podem adoecer e não apresentar sintomas na primeira vez que entra em contato com o vírus e só descobre que teve a doença quando faz o exame”, comenta.
O infectologista alerta que o sintoma mais comum é a febre acompanhada de dor de cabeça, no corpo e atrás dos olhos. Também podem apresentar manchas na pele, sangramentos pequenos ou sangramento intestinal, urinário e digestivo.
Para Maia, a proteção contra a dengue é evitar o mosquito, uso de repelente e de roupa de manga comprida em locais de possível contaminação. Ele alerta que é importante combater água limpa e parada em locais como pneu, garrafa, vasilha e qualquer recipiente que possa juntar água.
“Quando você evita o contato com o mosquito você evita você evita a dengue”, reforça.
Alto investimento
O empresário alagoano Marcos André, infectado no início do mês de junho, conta que não tinha conhecimento da vacina como prevenção da dengue. Quando contaminado, o empresário ficou de repouso e fez uso de medicação.
Ele conta que apresentou febre, pressão alta, manchas vermelhas e coceira no corpo. Já ao ser diagnosticado, o procedimento médico foi exame de sangue para analisar as plaquetas.
Marcos avalia que a vacina é de grande importância, porém o custo é muito alto para a população. “O governo tem obrigação de fornecer essa vacina, pois pagamos impostos muito altos”, pondera.
Já o analista de TI, Thiago Miranda, não tinha conhecimento da vacina até ser contaminado com a doença recentemente. Ele conta que estava pesquisando sobre o tratamento na internet quando soube da existência do imunizante na rede privada.
De início, Miranda tomou remédio para diminuir as dores e tentava beber água, mas apresentava enjoo. “No hospital, o único método passado foi beber muita água e tomar remédio para dores. No fim das contas, não tem o que fazer, além da hidratação e esperar que os sintomas passem”, conta.
Miranda avalia que é “um absurdo ser necessário um investimento tão alto para se vacinar contra a dengue.” Ele alega que poucas pessoas no país têm condições para pagar o valor da vacina, por isso não é aceitável ter vacina que não chega até a população.
“Acredito que deveria estar disponível para todos assim como outros imunizantes gratuitos”, conclui.
Aedes aegypti em Maceió
O Boletim Epidemiológico Arboviroses: Dengue, Chikungunya e Zika, da Secretaria de Saúde de Maceió, indicou aumento considerável do número de notificações das três doenças em relação ao mesmo período de 2021. De acordo com o documento, a cidade apresentou um crescimento de 622,91% nas notificações de casos de dengue, 1726,92% de Chikungunya e 92,30% de Zika vírus.
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