Uma pesquisa britânica, publicada na segunda-feira (13), indica que a imunidade contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, não é tida como garantida após o primeiro contágio. Segundo cientistas do King’s College London, a defesa capaz de proteger o organismo contra novas infecções pode ser perdida em 94 dias.
Em alguns dos pacientes analisados, por exemplo, o nível de anticorpos caiu até um nível indetectável. Assim, sugere o estudo, as pessoas poderiam se contaminar todos os anos, como em casos de gripe e resfriado.
A descoberta poderia complicar o desenvolvimento de uma vacina eficaz de longo prazo. “Se a infecção fornece níveis de anticorpos que diminuem em dois a três meses, a vacina potencialmente fará a mesma coisa e uma única injeção pode não ser suficiente”, disse a principal autora do estudo, Katie Doores, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.
Mesmo que o sistema imunológico tenha diversas maneiras de combater o coronavírus, se os anticorpos forem a principal linha de defesa, os resultados sugerem que as pessoas podem se infectar novamente em ondas sazonais e que as vacinas podem não protegê-las por muito tempo.
Os pesquisadores analisaram 65 pacientes e 6 profissionais de saúde de março a junho. Alem deles, outros 31 funcionários fizeram exames de anticorpos no período. Do total, 60% tinham células de defesa em quantidade suficiente para combater o vírus após três semanas do começo dos sintomas. No entanto, a taxa de imunidade diminuía para 17% depois de pouco mais de meses.
O estudo ainda sugere que pacientes em estado grave tinham mais células de defesa. Outros pacientes, em estado mais leve, podem produzir menos anticorpos porque se protegem com as células T. Esse nome é dado às mesmas células que atuam contra resfriados, por exemplo.
De acordo com o jornal britânico, esse é o primeiro estudo longitudinal (ou horizontal). Ou seja, que analisa as mesmas variáveis, neste caso os indivíduos, ao longo do tempo se aprofundado sobre o tema.
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