As queimaduras por fogos de artifício e fogueira aumentam no período junino, segundo dados do Serviço de Arquivo Médico e Estatístico do Hospital Geral do Estado (Same/HGE). O problema acontece principalmente com as crianças – o que exige atenção dos pais no momento de prestar os primeiros socorros.
Apenas no ano passado, o Setor de Queimados do HGE registrou a internação de 16 pacientes, dos quais três foram por queimaduras com fogueiras e um foi a óbito. Já dos 37 pacientes atendidos no ambulatório, cinco foram por queimaduras com fogos de artifício.
A técnica responsável pela Saúde Ocupacional do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a enfermeira Fagna Souza, orientou que o primeiro cuidado a ser adotado no caso de queimadura é resfriar o local com água corrente. “Essa atitude alivia a dor na pele que se desintegrou devido ao contato com o fogo”, explicou.
O ideal é não deixar as crianças soltarem fogos de artifício, principalmente do tipo explosivo, nem ter contato com a fogueira. Isso porque, além das queimaduras, o contato com o fogo ou a pólvora pode causar lesões graves nas extremidades do corpo, nem sempre passíveis de recuperação.
Foi o que aconteceu com a contadora Silvânia de Barros, 42 anos de idade, natural do município de Água Branca. Ela contou que, quando criança, tinha muito medo dos fogos e bombas que eram usados nas festas juninas. “No outro dia, depois da festa de São João, já pela manhã, eu corri de susto de um amigo que soltou uma bomba perto de mim e terminei caindo nas brasas de uma fogueira”, lembrou.
Silvânia tinha 10 anos de idade e sofreu queimaduras de 2º e 3º graus em todo o braço esquerdo. Os primeiros socorros foram focados na limpeza, seguidos depois por cuidados diários de refazer os curativos, utilizar pomadas para a cicatrização e realizar o tratamento para amenizar as marcas deixadas pela queimadura.
“Foi muito difícil. Eu fiquei sem movimentar o braço e tive que fazer também fisioterapia. Consegui me recuperar, mas tenho marcas até hoje”, revelou a contadora. Hoje ela passa para os filhos os cuidados que se deve ter nessa época, para evitar que a situação se repita na família.
Socorro
No caso de queimaduras leves, de primeiro grau, o recomendado é resfriar o local com água corrente, conforme explicou a enfermeira do Samu, Fagna Souza. Nesses casos mais simples, o médico regulador do Samu presta orientações por telefone.
“O Samu deve ser acionado em casos graves, para então prestar os primeiros socorros”, acrescentou a enfermeira. Nesses casos, o paciente deve ser encaminhado ao Setor de Queimados do HGE, para receber o acompanhamento adequado e o tratamento.
Isso acontece nos casos de queimaduras de 2º e 3º graus, caracterizadas, respectivamente, pela formação de bolhas e pela lesão de toda a pele, atingindo os tecidos mais profundos como os músculos – quando é necessária a internação.
O que não fazer
A enfermeira do Samu alertou para nunca aplicar produto caseiro na queimadura, como sal, açúcar, pó de café, pasta de dente, pomadas, ovo, manteiga, óleo de cozinha ou qualquer outro. “Eles podem complicar a queimadura e dificultar um diagnóstico mais preciso”, disse.
“As soluções caseiras para diminuir a dor e a ardência das queimaduras podem piorar e até causar infecção no local atingido”, complementou Fagna. Ela afirmou ainda para também não aplicar gelo diretamente sobre o local, pois isso pode piorar a queimadura.
Fonte: Agência Alagoas
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