Os bichos-preguiça parecem esconder em seus pelos um tesouro para a medicina. Um estudo publicado por biólogos da Costa Rica mostrou que na pelagem destes animais há uma série de bactérias que cumprem uma função antibiótica.
A pesquisa, publicada em fevereiro na revista científica Microbiology Research, revelou a presença de bactérias, principalmente dos gêneros Rothia e Brevibacterium, que vivem nos pelos das preguiças, e são capazes de produzir antibióticos para regular a presença de agentes patogênicos.
As bactérias funcionam como uma espécie de reforço à imunidade dos animais, atacando também fungos que provocam doenças em diversos mamíferos, incluindo os humanos. “Algumas das espécies combatidas pelas bactérias causam importantes alergias e micoses pulmonares“, afirma o estudo.
A descoberta pode abrir caminho para pesquisas, já que o uso de antibióticos tradicionais causa várias consequências, incluindo a perda da eficácia de seu uso e até uma maior incidência de alergias.
Em entrevista à AFP, porém, um dos coordenadores do estudo, Max Chavarría, disse que faltam pesquisas para entender melhor como estas bactérias reguladoras atuam e quais são suas informações genéticas antes de usá-las em humanos. Mas ele está esperançoso.
“Projetos como o nosso podem contribuir para encontrar novas moléculas que possam, a médio ou longo prazo, ser usadas nessa batalha que estamos travando de resistência aos antibióticos”, diz.
Metodologia
Para a pesquisa, foram coletadas amostras da pelagem de 20 bichos-preguiça de um santuário da Costa Rica. O pelo dos animais é muito espesso e nele convivem insetos, bactérias, fungos e até algas.
O foco do estudo de Chavarría foi o de como as bactérias antibióticas regulam a presença de patógenos em duas espécies de bichos-preguiça da ilha caribenha, os com dois e os com três dedos.
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