Estima-se que cerca de 20% da população acima de 18 anos, das capitais brasileiras, é obesa. Já o sobrepeso atinge mais da metade da população (54%). Os dados são da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgados pelo Ministério da Saúde.
Mas nem tudo é notícia ruim.
Quem sofre com o excesso de peso tem um bom motivo para comemorar.
Cientistas da Universidade de Alabama, EUA, concluíram que a alimentação feita com restrição de tempo reduz as oscilações de fome e altera os padrões de queima de gordura e hidratos de carbono, o que pode ajudar na perda de peso.
A adesão a esse método (chamado de alimentação com restrição de tempo precoce) sugere que a pessoa coma a sua última refeição do dia no meio ou fim da tarde e não volte a comer até o café da manhã (reforçado) da manhã seguinte.
O método foi testado em animais e os pesquisadores descobriram a redução da massa gorda e o risco de doenças crônicas.
Sim, essa é uma real esperança para o controle da obesidade, mas Courtney Peterson, principal autor do estudo, diz que os dados ainda não são conclusivos e que não é possível afirmar que esta seja uma “cura” para a obesidade.
No entanto, o professor assistente de ciências da nutrição da Universidade do Alabama, em Birmingham, acredita que vale a pena examinar a ideia como uma possível abordagem para perda de peso e espera realizar um estudo maior.
Para a pesquisa, Peterson avaliou 11 homens e mulheres.
A média de idade foi de 32 anos e o índice de massa corporal (IMC) médio foi de 30.
Vale dizer que o índice de massa corporal é uma medida aproximada da gordura corporal de uma pessoa com base na altura e no peso.
Um IMC de 30 é considerado obeso.
Todos os participantes tentaram os dois tipos de abordagem: o padrão restrito de alimentação (pulando o jantar) e o padrão típico de alimentação (jantando normalmente).
Durante um período de quatro dias, ele comeram entre as 8 da manhã e 2 da tarde. Em outro momento, comeram entre as 8:00 e as 18:00 horas.
O número de calorias ingerido durante cada abordagem foi o mesmo, e todos comeram apenas a comida dada a eles pelos pesquisadores e sob supervisão, afirma Perterson.
“O tempo de alimentação restrito não alterou o número total de calorias queimadas, mas aumentou a queima de gordura em alguns pontos durante a noite. Durante o dia, das 8h30 às 19h30, a queima de gordura é idêntica entre os dois grupos”, disse.
Peterson também descobriu que os participantes do grupo de alimentação restrita tinham menos oscilações de fome. ‘
“O corpo tem um relógio interno, e muitos aspectos do metabolismo funcionam melhor de manhã. Portanto, comer em alinhamento com o relógio circadiano do corpo, ou seja, comer mais cedo do que o habitual durante o dia, pode influenciar positivamente a saúde”.
Apesar de o método não ter afetado o número total de calorias que os participantes queimaram, reduziu a fome diária e aumentou a queima de gordura durante várias horas à noite.
Também melhorou a flexibilidade metabólica – capacidade do corpo para alternar entre a queima de hidratos de carbono e a queima de gorduras.
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