Após a liberação da retomada dos testes da vacina chinesa contra o coronavírus pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse nesta quinta-feira (12/11) que quer “acelerar” o processo para que a eficácia da Coronavac seja averiguada.
Segundo ele, que representa o Brasil no acordo de desenvolvimento da vacina com a farmacêutica chinesa Sinovac, está “muito próximo” o momento de iniciar testes em idosos. Para completar os testes que possibilitarão pedir o registro da vacina à Anvisa, grávidas e crianças voluntárias também serão vacinadas.
Até agora, os voluntários são adultos que trabalham na área da saúde. Segundo Dimas Covas, essa exigência não será mais feita para a testagem nos próximos grupos, mas ele não detalhou como será o processo de seleção de voluntários, na entrevista coletiva que concedeu ao lado do governador paulista, João Doria (PSDB), no início da tarde desta quinta.
Ainda segundo o diretor do Butantan, faltam “pouco mais de dois mil voluntários” para atingir o número de 13 mil, que permitirá avaliar a porcentagem de eficácia na vacina. É a fase 3 dos testes. Nas anteriores, foram aferidos aspectos como segurança e resposta imunológica.
“Vamos iniciar o grupo de idosos porque a resposta vacinal nesse grupo pode ser diferente da que temos em adultos jovens, em grávidas e em crianças”, explicou o gestor. “Então, terminando esses 13 mil voluntários, na sequência virão os idosos para testar resposta imunológica. [Se será preciso] Uma dose, duas doses, três doses; concentrações diferentes de antígenos em cada dose. Tudo para conhecer bem como os idosos respondem à vacina.”
“No fundo, boa notícia”
Na entrevista, o diretor do Instituto Butantan também comentou o recuo da Anvisa na suspensão dos testes da Coronavac, que causou forte tensão entre o Palácio do Planalto e o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, ao longo desta semana.
Dimas Covas comemorou a rapidez da Anvisa em autorizar a retomada dos testes após a apresentação de explicações sobre a morte de um voluntário, que, segundo os desenvolvedores da vacina, nada teve a ver com o princípio ativo.
“Esse episódio chamou a atenção para a vacina. A segurança da vacina agora foi avalizada pela Anvisa. A notícia, no fundo, é boa. A Anvisa deu celeridade pro processo, então estamos no momento de acelerar o estudo também”, afirmou.
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