O governador Paulo Dantas se reuniu, nesta terça-feira (18), com o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, em Brasília. No encontro foram apresentadas intenções de cooperação técnica nas áreas de energias renováveis, científica, turismo, transformação digital e agricultura familiar.
“Podemos oferecer terrenos, promover incentivos fiscais e criar um ambiente de negócios favorável para atrair mais empresas internacionais, gerar empregos e melhorar a vida do alagoano”, declarou o governador, ao convidar o embaixador e uma comitiva de empresários chineses para uma missão a Alagoas.
À frente da Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Caroline Balbino ressaltou que Alagoas é um estado com fortes valores culturais e tem uma gestão que busca maior afinidade entre os povos nas áreas cultural e comercial. “É um povo grato e acolhedor, que sabe reconhecer os investimentos e transformá-los em oportunidades para o desenvolvimento social”, defendeu.
A secretária de Estado da Fazenda, Renata dos Santos, reforçou que o Alagoas, hoje, é o primeiro estado do Nordeste em solidez fiscal, e que tem oferecido aos empresários facilidades regulatórias e infraestrutura adequada. “Além disso, tem disposição para estabelecer parcerias comerciais e de pesquisa, compartilhando conhecimentos e recursos para colaborações mútuas”.
Embaixador – Zhu Qingqiao declarou que o momento é mais favorável para novas parcerias, desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma visita oficial à China, em abril deste ano. De acordo com o embaixador, Alagoas pode ser um excelente espaço para a implantação de empresas chinesas.
“Vejo grandes potencialidades em Alagoas. É um estado rico em recursos naturais e produção agrícola, e com enorme capacidade para captação de energias eólica e solar. É hora de aproveitar essas vantagens”, declarou Zhu Qingqiao, apresentando a intenção da China em colaborar também para a evolução de projetos tecnológicos e proteção ao meio ambiente.
“Iremos unir esforços para resolver problemas que são comuns aos dois países, como o desenvolvimento regional desigual. Estamos focados em ampliar a abertura econômica e buscar a promoção do desenvolvimento social em ambos os países”, completou o embaixador
Convite para visita à China – O Governo do Estado já tem agendada uma rodada de negócios com 100 empresários chineses em Xangai, uma reunião na sede do Banco dos Brics (grupo econômico composto por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul), uma visita à Universidade de Urbanismo da cidade de YiWu, além de uma ida à sede da empresa e-commerce Alibaba. A agenda está prevista para janeiro do próximo ano, mas pode ser antecipada em razão do convite do embaixador à comitiva alagoana para participar da Feira Internacional de Xiamen (CIFIT), em setembro.
“A feira é uma das mais importantes do meu país e deve contar com a presença de outros governadores brasileiros. Gostaria de convidá-lo para mostrar a mais de 400 grandes empresários da China todas as oportunidades existentes em Alagoas”, disse o embaixador.
China – A relação entre Brasil e China tem números impressionantes. Além de ser o maior parceiro comercial do país, com negócios que superam R$ 170 bilhões por ano, a China possui mais de 300 empresas no Brasil, muitas delas entre as maiores do mundo. Alagoas exporta para a China minérios de cobre, açúcar e carne, e, ainda conta, desde 2015, com uma sede da empresa chinesa de fibra ótica ZTT, em Marechal Deodoro.
No documento apresentado ao embaixador chinês, Paulo Dantas mostrou quatro áreas de cooperação que podem gerar negócios entre Alagoas e China: agricultura e pesca, energias renováveis; turismo e tecnologia e inovação.
Na área de agricultura e pesca, o Estado afirma possuir um setor agrícola forte – com destaque para a produção de cana-de-açúcar, coco, frutas tropicais e pesca – e sugere que um acordo com a China poderia envolver cooperação técnica, transferência de tecnologia e investimentos para aumentar a produtividade e expandir as exportações para o mercado chinês.
Já no setor de energias renováveis, o Estado visa, principalmente, a cooperação com a China na produção de energias eólica e solar. A proposta é transferir conhecimento e fazer investimentos e parcerias para a produção de energia limpa em Alagoas, uma vez que o país asiático é líder global no setor. Mas o leque de propostas é maior. O Governo de Alagoas também busca cooperação para produção de energia por meio de biomassa agrícola, tendo como fonte culturas como milho, arroz, mandioca, amendoim, cana-de-açúcar, soja, eucalipto e algodão.
No turismo, o Estado pretende estimular o intercâmbio de informações e experiências no setor, promoção de destinos turísticos, investimentos em infraestrutura e parcerias entre empresas de turismo de ambos os países.
Já na área de tecnologia e inovação, um acordo com o governo chinês poderia envolver parcerias em pesquisa e desenvolvimento, intercâmbio de pesquisador e estudantes, colaboração em áreas como inteligência artificial, ciência da computação, biotecnologia e outras áreas de interesse mútuo.
Atrativos – Durante a reunião, o governador Paulo Dantas apresentou ao embaixador uma série de argumentos favoráveis à cooperação entre Alagoas e China. O primeiro deles é a localização privilegiada, uma vez que o estado é um ponto estratégico de interconexão entre as Américas do Norte e do Sul, Europa, África e Ásia, oferecendo um potencial espaço para a presença de datacenters de backup. Outro argumento é a produção de gás natural, que possui preços competitivos e contribui para a sustentabilidade e a redução das emissões de carbono.
Há ainda o apoio do governo alagoano, por meio de incentivos fiscais e locacionais, com facilidades na obtenção de licenças e autorizações; geração de empregos locais durante a construção e manutenção de cabos submarinos; atração de investimentos estrangeiros para impulsionar o crescimento econômico e tecnológico; e o potencial de crescimento e oportunidades futuras. Além disso, o Governo ainda lista o novo aeroporto de Maragogi, em construção, e os projetos de extensão do VLT e criação do BRT, um corredor exclusivo para ônibus.
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