O funcionário de uma loja de conveniência de um posto de combustíveis foi agredido após pedir para o cliente colocar a máscara de proteção dentro do estabelecimento. O caso aconteceu nesse domingo, 11, no bairro Farol, e a vítima esteve na delegacia na manhã desta segunda-feira, 12, para registrar o Boletim de Ocorrência.
Erickson de Andrade, de 26 anos, apresentou para a polícia as imagens gravadas por uma câmera da loja que mostram a discussão que terminou em agressões físicas. No vídeo, é possível perceber que o cliente dá o primeiro tapa e o funcionário reage com um golpe. Logo depois, eles trocam socos e pontapés até uma mulher aparecer para tentar apartar a confusão. Frentistas do posto entram em seguida para acalmar a situação.
“Eu estava na cozinha do estabelecimento, ouvi a discussão por conta de máscara, que já havia iniciado, e é algo frequente lá, e fui em direção ao caixa para dar apoio a minha colega de trabalho. Eu vi que ele estava bem alterado, perguntei a minha colega “o que foi?”, aí ele partiu para cima de mim, chegou me peitando, coloquei o braço e ele começou a me agredir. Eu reagi para tentar me defender”, disse Erickson, em entrevista ao programa Fique Alerta, da TV Pajuçara.
“Eu cheguei a cair no chão, em forma de defesa, derrubei ele também. Não fiquei parado para apanhar. Não apanho nem do meu pai em casa, e ninguém está no trabalho para apanhar, e sim para trabalhar, não para ficar aceitando desaforo de ninguém”, acrescentou.
O homem também contou que os funcionários do local foram orientados a atender consumidores que sigam as medidas sanitárias e que façam o uso da máscara, o que não aconteceu nesse caso. “De forma nenhuma com máscara no queixo, nem dizer que esqueceu, que é rapidinho. Em hipótese alguma [atender]. Ele estava com a máscara no queixo, era só levantar, e ele não quis. Começou a xingar ela e se ele não tivesse me agredido, acho que ia agredir ela”.
O funcionário estava com vários hematomas pelo corpo e afirmou à reportagem que ainda foi ameaçado pelo agressor, com frases como “Eu vou te pegar”. “É frustrante, desmotivador. Um país com tanta informação e a gente vê pessoas ignorantes com coisas tão simples, para a proteção de todos. Me senti humilhado”, disse Erickson.
O advogado do trabalhador, Domingos Sávio, explicou que Erickson tem o direito de ingressar com demandas nas esferas cível e criminal contra o agressor. “As medidas iniciais são o registro de ocorrência policial para a partir daí seja iniciada a investigação e apure exatamente o que aconteceu. E como a gente sabe, o próprio agressor pode responder a algum procedimento extrajudicial”, disse.
Domingos Sávio reforçou que o uso da máscara é uma determinação do poder público e foi seguida pelo empregador de Erickson. “Sabemos que o estabelecimento tende a tomar medidas para zelar, que os consumidores estejam devidamente instrumentados, com a máscara, e foi exatamente isso que ele pediu”, completou o advogado.
O TNH1 não conseguiu contato com o cliente da loja de conveniência envolvido no caso e deixa o espaço aberto para a manifestação de defesa.
O uso da máscara é obrigatório em todo o estado de Alagoas, conforme decreto do Governo para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
Veja a reportagem do Fique Alerta:LEIA MAIS
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