Prática seria praxe para busca de armas e objetos ilícitos; Fábio Costa também rechaçou informação de que quadrilha estaria dormindo
De acordo com os delegados responsáveis pela Operação Cavalo de Troia, os 11 suspeitos mortos na tarde de quinta-feira (8), na cidade de Santana do Ipanema, foram despidos pela própria polícia. Fábio Costa,Thiago Prado e Cayo Rodrigues receberam a imprensa, na manhã desta sexta-feira (9), para esclarecimentos a respeito da ação.
“Eles estavam de cueca porque nós despimos os indivíduos após a troca de tiros. Isso é praxe para que, ao fazer o deslocamento dos criminosos, nós possamos saber se não há mais arma escondida, objetos ilícitos ou documentos. É um absurdo pensar que 11 indivíduos estariam de cueca dentro de uma casa”, apontou Fábio Costa.
Segundo a polícia, os suspeitos integravam uma quadrilha de roubo a bancos e teriam começado a ser investigados depois de dois assaltos praticados no interior alagoano, em Cacimbinhas e Igreja Nova, no segundo semestre. As autoridades chegaram até a casa onde eles estavam por meio do setor de inteligência.
“Fomos com o grupamento aéreo verificar se a informação era precisa e quando chegamos lá, com o barulho do helicóptero, eles notaram que estavam sendo cercados e passaram a atirar. Estavam bem armados, com espingarda, fuzil automático, e também começamos a atirar. A diferença é que somos técnicos e temos estratégia, alinhamento para trabalhar e graças a isso e a Deus fomos vitoriosos no confronto”, disse Thiago Prado.
Fábio Costa também rechaçou a acusação de que a quadrilha estaria dormindo no momento da ação. “A ação se deu por volta das 16h, ou seja, era dia. No Sertão é um sol absurdo a essa hora. Então não há de se falar em hipótese nenhuma que eles estavam dormindo. Eles estavam ariscos, sabiam que a polícia poderia chegar após praticarem uma ação criminosa. Não se pode falar que 11 indivíduos estavam dormindo ao mesmo tempo, às 16h. Não existe isso”.
Já quanto à imagem em que os mortos aparecem amontoados na traseira de uma caminhonete, o delegado explicou que esse era o único veículo à disposição. “Procuramos outros carros para fazer o transporte, mas o que se tinha era aquela caminhonete, que era do bando e foi utilizada em um dos roubos. Percebendo que estavam mortos, colocamos ali para levar ao hospital e de lá acionar o IML”, expôs.
Segundo ele, a polícia ainda não sabe precisar a quantia em dinheiro encontrada na casa. “Em volume, tinha muito. Não sabemos se é muito em valores. Tinha dinheiro amontoado, queimado. Já iniciamos a contabilidade, mas não podemos precisar o valor. Há também muitas munições. No momento, estamos fazendo o trabalho de identificação dos suspeitos, levantando a ficha criminal, e fazendo essa contabilidade”.
Até o momento, três pessoas foram identificadas pelo Instituto de Medicina Legal de Arapiraca. Estão identificados oficialmente Adjane da Silva, de 30 anos, natural de Santana; Evandro de Paula Lima Silva, de 34, de Minador do Negrão (AL); André de Morais Lima, 30, natural de Serra Talhada (PE); Adeildo de Souza Timóteo, 23, de Aracaju (SE); e Carlos Alberto de Lima, 30, de Arapiraca (AL). Todos os corpos foram recolhidos para a instituição. Os delegados apontam que a identidade de alguns já era conhecida por eles serem alvo de investigação.
“Não se sabe se a casa [em que os suspeitos estavam] era de propriedade de algum deles ou era alugada. Nenhum documento foi encontrado no imóvel. Sabemos a identidade de alguns porque eles são investigados”, afirma Thiago Prado, que também comandou a ação. “São pessoas presas por roubo a banco que são soltas e voltam a praticar o crime. É o que eles sabem fazer da vida. Inclusive, estavam com explosivo suficiente para explodir três ou quatro bancos”.
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