A Polícia Federal de Alagoas divulgou na manhã desta quinta-feira (11) detalhes da Operação Sucupira, que investiga fraudes na aprovação de alunos de mestrado junto à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Ao todo, sete professores receberam o pagamento de propina repassado por órgãos ligados ao Governo do Estado para beneficiar oito servidores que também trabalham para o Estado.
A polícia cumpriu 15 mandados de busca e apreensão nas casas dos envolvidos onde todos os suspeitos, residentes em Maceió, foram intimados a comparecer na Polícia Federal para prestar mais esclarecimentos. Computadores e equipamentos de informática também foram apreendidos na operação que investiga o pagamento de R$ 108 mil para que os educadores facilitassem a inclusão desses servidores como aluno da instituição federal.
“Esse valor não é milionário, mas pode ser muito maior. Desconhecemos no Brasil qualquer operação semelhante”, garante o delegado Fábio Maia, de combate ao crime organizado.
De acordo com o também delegado Antônio Carvalho, que preside o inquérito, as investigações duraram cerca de um mês e a fraude foi constatada por meio do Portal da Transparência do Estado que confirmava o pagamento realizado aos professores e parentes dos educadores que podem ter sido utilizados como laranjas e da plataforma educacional sucupira que confirmou que os oito envolvidos não passaram pelo processo seletivo de Mestrado, mas constavam no sistema como alunos regulares.
“Eles não foram aprovados no teste da Anpad [Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração]. Eles entraram como alunos especiais, mas, em algum momento, eles foram inseridos pelos professores como alunos regulares”, disse o delegado Antônio Carvalho.
As gratificações pagas aos educadores foram identificadas provenientes das secretarias de Saúde, Instituto de Tecnologia em informática e Informação (Itec), Agência Reguladora de Serviços Públicos de Alagoas (Arsal) e Agência de Modernização e Gestão de Processos (Angesp). Órgãos estes em que os alunos exercem funções relevantes no âmbito do executivo estadual.
Com isso, os envolvidos no esquema devem responder pelos crimes de peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e inserção de dados falsos no sistema de informação.
Em defesa, a assessoria de comunicação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) disse, por meio de nota emitida na manhã de hoje, que a instituição está colaborando com as investigações e que a reitora, Valérica Correia, já havia encaminhado à Corregedoria da Universidade a necessidade de investigação de irregularidades na gestão do Mestrado Profissional em Administração Pública (Profiap).
Nota do governo
O Governo do Estado afirma que vai acompanhar as investigações da Polícia Federal no curso de mestrado da Administração da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e que tomará as medidas cabíveis caso comprovadas as supostas irregularidades envolvendo servidores estaduais.
Fonte: Alagoas 24 Horas
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