Preso nessa segunda-feira (29) por ter matado a facadas o gari Renilson Freire de Souza, de 38 anos, dentro de um ônibus, em Maceió, Felipe Cristiano da Silva disse, durante audiência de custódia nesta terça-feira (30), que cometeria o crime novamente. O juiz converteu a prisão dele de flagrante para preventiva.
Na decisão, que a Gazetaweb teve acesso, o juiz narra que o preso “não demonstrou nenhum tipo de arrependimento, bem como explicitou, de forma expressa, de que praticaria novamente o delito.”
Ao juiz, Felipe Cristiano narrou que, ao subir no ônibus, foi agredido, empurrado e humilhado por não usar a máscara protetora. Ele relatou que carregava uma sacola com latas amassadas e frisou que, após ser humilhado pela vítima, foi derrubado da escadaria do ônibus, o que fez suas coisas caírem no chão. Em razão disso, tomado de fúria, Felipe Cristiano pegou a faca que portava e desferiu diversos golpes na vítima.
“Sustentou a narrativa sem qualquer tipo de arrependimento. Dizendo, ainda, que faria novamente”, repetiu o juiz. “No caso em epígrafe, a decretação da prisão preventiva é necessária como garantia da ordem pública, considerando o modo de execução da conduta delituosa e a periculosidade demonstrada”, concluiu.
O magistrado afirmou ainda que a versão dada pelo preso de que cometeu o crime em legítima defesa, “neste momento, não se sustenta, pelo fato de que a tese está consubstanciada apenas nas palavras do investigado”. O juiz também pontuou que as imagens do interior do ônibus apresentam fatos diversos do alegado.
O juiz lembrou que o preso já responde a uma ação penal por porte ilegal de arma de fogo desde fevereiro de 2018, o que “ denota a contumácia delitiva e, por via de consequência, a sua periculosidade.”
A PRISÃO
O autor confesso do crime, Felipe Cristiano da Silva, foi preso no começo da tarde dessa segunda (29), na Praça Bonfim, bairro Poço, em Maceió. O delegado Francisco Medson, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), contou que a prisão se deu após denúncia e pontuou que a divulgação das imagens do crime pela imprensa foi fundamental para que a população reconhecesse o suspeito e denunciasse.
O delegado também contou que, no momento da prisão, Filipe Cristiano estava com uma faca, provavelmente, a usada no crime e andando pela praça. Além de estar usando as mesmas roupas usadas na hora do assassinato. Em contato com a polícia, a família do homem informou que ele tem problemas mentais.
A CAUSA DA MORTE
A Perícia Oficial informou que o exame cadavérico do gari Renilson Freire de Souza, de 38 anos, mostrou que a causa do óbito foi facada na região do tórax. Segundo o órgão, a vítima foi atingida por três golpes de um instrumento perfuro-cortante, sendo um deles no braço, atingindo a axila. As duas outras facadas provocaram ferimentos no tórax. A primeira foi superficial, mas a segunda provocou a morte do gari.
Após a conclusão do exame, o corpo foi liberado para sepultamento. O laudo completo será enviado à Delegacia de Homicídios da Capital, que investiga o caso.
ENTENDA O CASO
O gari Renilson Freire de Souza, de 38 anos, foi morto nessa segunda (29), após uma discussão dentro de um ônibus, que faz a linha Benedito Bentes/Ponta Verde. Segundo os passageiros do coletivo, a vítima foi um dos que tomaram satisfação com o suspeito do crime, cobrando dele, segundo testemunhas, o uso do item de segurança.
No momento, ainda conforme o relato das testemunhas, os dois se envolveram em uma confusão e a polícia disse que o acusado puxou uma faca e atacou o gari. Em seguida, ele desceu do veículo e saiu correndo pela rua.
0 Comentários