A policial civil Valderia da Silva Barbosa Peres, 46 anos, da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) 2 em Ceilândia, foi encontrada morta a facadas em casa, em Arniqueiras, na tarde desta sexta-feira (11). O caso é o 23º feminicídio registrado na capital federal neste ano.
Valderia atuava como chefe da Seção de Apoio Administrativo, Estatística e Informática da Deam 2. Ela estava recém-separada de Leandro Peres Ferreira, 46, suspeito de cometer o crime e considerado foragido.
Equipes do Departamento de Polícia Especializada (DPE) estão à procura do suspeito. Leandro trabalhava como motoboy e teria aberto uma empresa de transportes e mudanças com a companheira. A sede do negócio ficava no mesmo local onde a vítima morava.
Além disso, antes de cometer o crime, o motoboy teria sacado R$ 10 mil e deixado uma mala pronta com roupas e objetos pessoais na casa de Valderia.
Filho encontrou a mãe morta
O filho de 23 anos da vítima disse à polícia que encontrou o corpo da mãe no banheiro da casa da vítima, por volta das 12h30. Desesperado, o jovem acionou a polícia.
O rapaz disse ainda, em depoimento, que a última vez que se comunicou com a mãe foi por volta das 10h30 desta sexta, quando a policial disse que estava voltando para casa.
Quando chegou ao endereço dela, o jovem chamou pela mãe, como de costume. No entanto, não recebeu resposta e teve um “mau pressentimento”.
O jovem relatou que correu ao quarto de Valderia, mas encontrou a porta fechada. Ele deu a volta na casa e foi à janela do cômodo, por onde pulou e conseguiu entrar. Nesse momento, viu o corpo da mãe caído no chão do banheiro.
A vítima estava vestida e apresentava um corte profundo no pescoço, com bastante sangue ao redor, segundo o rapaz relatou à PCDF. Ele também viu outros ferimentos no corpo da vítima, mas contou que não teve coragem de olhar mais.
O filho de Valderia afirmou à polícia ter convicção de que o padrasto seria autor do crime. O jovem relatou que a vítima e o ex-companheiro dela estavam em processo recente de separação. O suspeito tinha se mudado da casa da policial há cerca de um mês.
Dados preocupantes
De janeiro último até esta sexta-feira (11), o número de casos de feminicídios no Distrito Federal chegou a 23 e ultrapassou os registros de todo o ano passado (17).
Dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) revelam que a maioria dos crimes (14) ocorreu na casa das vítimas.
As armas brancas foram os instrumentos mais usados pelos agressores para cometer os assassinatos, em seguida vêm as armas de fogo e asfixia.
Em 2023, janeiro foi o mês que acumulou mais casos, com cinco ocorrências. Os dados também detalham que Ceilândia aparece como a região administrativa com mais registros na capital federal.
De 2015 – ano de criação da lei que tipifica o feminicídio como qualificadora do crime de homicídio – até 2023, o Distrito Federal registrou 165 casos do tipo.
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