Na tarde desta terça-feira (29), a Polícia Civil de Alagoas apresentou detalhes da apreensão do menor J.E.A.H. no município sertanejo de Senador Rui Palmeira por participação no latrocínio que vitimou fatalmente o policial rodoviário federal Marcelo Luis de Miranda, de 46 anos. O assalto aconteceu no bairro do Morumbi, na Zona Sul da capital paulista, em 9 de fevereiro deste ano.
A entrevista coletiva foi realizada na sede da Delegacia Geral da Polícia Civil, no bairro de Jacarecica. Apresentaram os resultados da operação integrada, o delegado geral Carlos Alberto Reis e a delegada Ana Luiza Nogueira, da PC alagoana e os delegados Antônio Sucupira e Danilo Alexiades da PC paulista. Danilo Alexiades é o delegado assistente responsável pelo inquérito.
Apreensão
Na semana anterior, a PC de São Paulo requisitou o apoio da polícia alagoana na captura de um dos envolvidos no referido latrocínio, baseada em uma informação de que o menor que dava apoio ao assaltante responsável pelos disparos, estaria no sertão de Alagoas.
A delegada Ana Luiza Nogueira, diretora de Polícia Judiciária da Área 1, declarou que J.E.A.H. teria fugido para o Nordeste logo após o crime. Foi acionada a DPJA-1, responsável pela área do sertão, que realizou várias diligências para confirmar a informação, fato confirmado.
Após os detalhes de que o jovem estaria na casa de seus avós, em Senador Rui Palmeira, os dois delegados vieram a Alagoas e uma operação policial foi efetivada no município com as Equipes da Delegacia Geral e da DPJA-1, além dos delegados paulistas.
O adolescente de 17 anos foi então apreendido em uma praça por volta das 22h, logo após sair da escola. O menor confessou a participação do crime e não esboçou reação. Disse que fugiu para Alagoas, pois é alagoano e seus avós vivem na cidade do interior. Os pais moram em São Paulo e foram para lá quando o jovem tinha dois anos de idade.
Na manhã desta terça-feira, ele foi levado a um juiz da Vara da Infância alagoana, e encaminhado, em seguida, à Unidade de Internação Provisória, onde deve ficar até o final da tarde de quarta, quando deixa Alagoas rumo a São Paulo com os delegados às 17h. Na capital paulista ele responderá pelo ato infracional de latrocínio.
A ordem judicial para a apreensão do adolescente foi expedida pela Vara da Infância e da Juventude de São Paulo e precisou ser validada pela vara local, através do juiz Ney Alcântara. J.E.A.H. relatou ao juiz e aos delegados que está arrependido do crime e pretende responder pelos seus atos.
O caso
O policial federal estava no veículo com sua mulher e a filha de quatro anos às 21h. Dois autores praticaram o assalto, um deles armado e o outro, o menor, dando apoio dirigindo uma motocicleta.
Ele reagiu ao assalto e iniciou troca de tiros com o assaltante de 22 anos. Marcelo foi atingido com um tiro na cabeça e foi socorrido e levado ao Pronto-Socorro Albert Einstein, porém não resistiu aos ferimentos e faleceu seis dias depois, no sábado (15/2). O assaltante foi atingido pelos disparos do policial e foi levado à Assistência Médica Ambulatorial (AMA) pelo menor na motocicleta. A mulher e a filha do policial não foram atingidas.
O menor e o assaltante eram moradores da favela de Paraisópolis, a segunda maior favela do Estado de São Paulo com número de habitantes aproximado de 80 mil pessoas. Os dois eram vizinhos. A intenção no assalto era o roubo dos pertences das vítimas.
O local onde ocorreu o assalto, conhecido como “Ladeirão” do Morumbi, era uma descida com lombada eletrônica de mão dupla. Após a ocorrência, o trânsito foi modificado e agora é mão única para quem desce a ladeira. O ponto é bastante visado por criminosos já que tem muito tráfego e se localiza no entorno da favela de Paraisópolis.
De acordo com o delegado Antônio Sucupira, o menor já havia cometido outro ato infracional, por tráfico de drogas. “Ele já cumpria medida socioeducativa pela Vara da Infância e Juventude e ele precisava todo mês assinar o ponto, o que chamamos de liberdade assistida”, relatou.
O delegado responsável pelo inquérito, Danilo Alexiades, afirmou que provavelmente a medida deve ser revogada e convertida em uma apreensão.
Tribuna Hoje
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