Há quase um ano sem ver o filho, preso em Paris por suspeita de tráfico internacional de drogas, a alagoana Maria José faz um apelo as autoridades brasileiras para que o julgamento de José Japson Guerra da Silva, de 25 anos seja realizado no Brasil.
“Não ouço a voz dele, não sei como o meu filho realmente está. Se fosse aqui no Brasil, mas não! Ele está no fim do mundo [chora]. Me desespero só de pensar que não vou ver mais ele. Tô sofrendo muito, só quero que tragam ele de volta. Tem que ser julgado aqui”, disse a mãe, em entrevista ao g1 AL.
O vigilante foi preso em junho de 2023 ao desembarcar no Aeroporto Internacional Charles de Gaulle, em Paris, na França. Japson foi flagrado por policiais franceses ao transportar cerca de 1 kg de cocaína escondidos dentro da barriga.
Nesse período preso, o contato com a família tem sido através de cartas que ele escreve de dentro do presídio Fleury Mérogis. Nas mensagens, a tentativa de tranquilizar a mãe, que não perde a esperança de voltar a ver o filho.
“É uma angústia muito grande no coração. A última carta que recebi dele foi em dezembro, e ele sofre, tenho certeza, mas faz de tudo para que eu fique bem, que não me preocupe. Diz nas cartas que está tomando os remédios dele. Como mãe, me desespero”.
Cartas de Japson para mãe escritas do presídio Fleury Mérogis — Foto: Arquivo pessoal
Maria José procurou a Polícia Civil de Alagoas depois de perder contato com o Japson, que saiu da cidade de Inahpi, no interior do estado, onde a família mora, para fazer trabalho extra de vigilante em São Paulo. A mãe conta que passou a suspeitar que algo de errado estava acontecendo depois que o filho deixou de dar notícias.
“Japson sempre viajou. Ele começou a trabalhar cedo, com 17 anos, rodou esse Brasil todo trabalhando. Mas sempre que viajava, ele me ligava, fazia chamada de vídeo, nunca deixou de falar comigo”, conta.
Sem notícias, Maria José procurou a Polícia Civil de Alagoas e registrou um Boletim de Ocorrência do desaparecimento do filho. A Polícia Federal foi informada da prisão do alagoano e acionou o Consulado-Geral do Brasil na França.
“O último contato do consulado comigo foi em dezembro. Eles falaram que meu filho estava bem, que estava sendo bem cuidado, e que poderia voltar para o Brasil em outubro, mas depois disso não me ligaram nunca mais. Estou sem nenhuma notícia do que vai acontecer”, afirmou a mãe.
O g1 AL entrou em contato o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Paris, mas não obteve resposta até a última atualização dessa reportagem.
A reportagem também entrou em contato com a Polícia Federal em Alagoas, que informou que as investigações estão em andamento.
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