Juarez Tenório da Silva Júnior deve cumprir pena em regime inicialmente fechado. Julgamento foi realizado nesta quinta-feira (14), no Fórum de Marechal Deodoro.
O júri popular foi realizado nesta quinta-feira (14), no Fórum da Comarca do município.
Silva foi apontado nas investigações como o terceiro acusado de participar do crime. Durante o júri, ele chegou a negar envolvimento na morte do advogado.
Ainda no depoimento, Silva disse que trabalhava como o motorista do veículo que deu apoio a Álvaro Douglas dos Santos e Elivaldo Francisco da Silva no dia do crime. Ele continuou dizendo que, ao chegarem ao local, os homens desceram do carro e voltaram correndo minutos depois, dizendo que tinham “dado uma surra” em um homem.
O réu afirmou que se soubesse que os homens cometeriam um assassinato, não teria dado carona a eles e contou também que no dia seguinte ao do crime foi procurado por Janadaris Sfredo, acusada de ser a mandante do crime. Ela pediu ao réu que levasse o carro para Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Quando já estava próximo ao Rio de Janeiro, Silva diz que ligou para a família em Alagoas e ficou sabendo que estava sendo apontado como suspeito de participar do crime, e por isso, resolveu voltar. “O que eles fizeram acabou sobrando para mim”, afirma o réu, que está preso desde 2014.
O julgamento de Silva deveria ter acontecido em novembro deste ano, mas foi suspenso a pedido do advogado de defesa. Os outros autores materiais, Álvaro Douglas e Elivaldo Francisco, já foram julgados pelo assassinato do advogado e condenados, respectivamente, a 18 e 21 anos de prisão.
Félix morreu após ser baleado dentro de uma pousada. A vítima entrou no estabelecimento para se esconder e foi baleada por vários tiros. À época, testemunhas contaram que ele saía da praia quando foi perseguido por dois homens que estavam em uma moto.
Teses
O Ministério Público de Alagoas (MP/AL) sustenta a tese de homicídio duplamente qualificado (motivo torpe mediante paga e recurso que impossibilitou a defesa da vítima). “Temos filmagens do local do crime e testemunhas que comprovam a participação de Juarez Tenório, além da confissão dos outros réus”, disse o promotor de Justiça Sílvio Azevedo. Ainda segundo ele, o réu pode pegar de 12 a 30 anos de reclusão caso seja condenado pelos jurados.
Já a defesa sustenta que a participação de Juarez Tenório no crime foi de menor importância. “Ele não sabia que os outros réus tinham arma e que praticariam o homicídio. Apesar de o meu cliente supostamente ter dado carona aos executores, se a gente tirasse ele do local o crime aconteceria de qualquer modo. Ele não foi essencial para que o homicídio ocorresse”, explicou o advogado Marinésio Luz.
O caso
O crime ocorreu no dia 14 de março de 2014, na Praia do Francês, em Marechal Deodoro. De acordo com a denúncia do MP/AL, os acusados Álvaro Douglas dos Santos e Elivaldo Francisco da Silva deflagraram tiros de arma de fogo contra o advogado Marcos André e, em seguida, fugiram com auxílio de Juarez Tenório, que os aguardava em um carro perto do local do homicídio.
Álvaro e Elivaldo foram julgados e condenados, em agosto deste ano, a 18 e 21 anos de reclusão, respectivamente, ambos em regime inicialmente fechado. Ainda segundo os autos, os réus teriam sido contratados por R$ 2 mil pela advogada Janadaris Sfredo para executar a vítima, com quem tinha inimizade. A suposta mandante está presa e aguarda julgamento.
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