A virada de ano em Alagoas foi marcada por crimes brutais que deixaram a população receosa e as autoridades policiais em alerta.
Em Paripueira, por exemplo, um triplo homicídio foi registrado enquanto as vítimas bebiam em via pública. Elas foram atingidas por disparos de arma de fogo e morreram antes mesmo dos primeiros socorros.
Segundo informações do Centro Integrado de Operações da Segurança Pública (Ciosp), militares da 3ª Companhia Independente foram acionados ao local e constataram o homicídio.
Conforme a polícia, duas das vítimas foram identificadas como Mauro Sergio Amâncio dos Santos, de 44 anos, e Andreia Rocha dos Santos, de 36 anos. Eles eram casados. Essa última foi morta por dois tiros. A Gazeta de Alagoas entrou com contato com o Instituto médico legal (IML), que aguarda a chegada da família da terceira vítima para que, assim, seja feito o reconhecimento.
Ainda de acordo com a polícia, as vítimas estavam comemorando a chegada de 2020, quando foram surpreendidas pelos criminosos, que efetuaram disparos de arma de fogo, atingido as costas do trio. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou o óbito das vítimas.
Os suspeitos, no entanto, não foram identificados e fugiram tomando destino ignorado após a prática criminosa. Ninguém foi preso até o momento.
Outra pessoa, que não quis se identificar, contou que precisou correr para não ser morta. “Não sabia o que estava acontecendo no momento. Estava tremendo demais”, relatou.
RIO LARGO
Já em Rio Largo, padrasto e enteado são suspeitos de matar vizinhos (eram irmãos) a tiros e golpes de faca. Contudo, a ação criminosa foi flagrada por câmeras de segurança que podem ajudar na elucidação do crime. O caso, no entanto, deverá começar a ser investigado a partir de segunda-feira (6) porque nenhum delegado foi designado até então.
De acordo com a polícia, as vítimas foram identificadas como Leonardo Marcolino da Silva, de 27 anos, que foi atingido por dois disparos próximo ao tórax e também por arma branca, tendo sido cravado um canivete nas suas costas.
A outra vítima, Daniel Marcolino da Silva, 24 anos, foi atingida por dois disparos na cabeça, um na perna, um no pé e um no antebraço.
SÃO SEBASTIÃO
Por sua vez, no município de São Sebastião, moradores ficaram estarrecidos com a morte de Hudson Marques Melanias, 25 anos, filho do secretário de Educação de Arapiraca, Janeo Melanias. Segundo a polícia, o jovem foi encontrado degolado e parcialmente despido em uma plantação de mandioca no povoado Sape.
A identificação do corpo ocorreu três dias após o achado, porque, somente nessa quinta-feira (2), a família procurou o órgão. Em declaração à imprensa, em Arapiraca, o pai da vítima informou que o jovem chegou em casa, no sábado (28), por volta de 5h. No entanto, quando o pai acordou, às 7h, Hudson não estava mais na residência. Desde então, ele não foi mais visto.
MAIS UMA MORTE
Um jovem foi morto a tiros, nessa quarta (1º), no bairro Tabuleiro do Martins, parte alta de Maceió. A vítima não teve o nome divulgado, mas, segundo a polícia, residia no bairro Santos Dumont. O crime é de autoria desconhecida.
O jovem foi atingido nas regiões do maxilar e do tórax, por dois disparos de arma de fogo de calibre desconhecido. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência socorreu a vítima, que foi encaminhada ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas acabou morrendo no local.
Não há informações, no entanto, sobre a motivação do homicídio nem a identificação dos suspeitos, que fugiram após o crime.
‘MACEIÓ EM GUERRA’
Ainda no ano passado, a Gazetaweb ouviu o historiador Geraldo Majella a respeito do nível de violência no estado, o qual apontou um registro médio de três assassinatos por dia em todo o ano.
Com base em estatísticas da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP), do Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea) e do Mapa da Violência, o historiador disse que mais de 60% das vítimas de homicídios eram negros e menores de 29 anos.
“Esses números são semelhantes aos registros de guerra. O problema ocorre também em outros estados, mas poderíamos avançar na redução desses números com políticas públicas em defesa dessa população vulnerável”, sugeriu Majella.
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