A família morta na chacina ocorrida no último domingo (8), em Maceió, foi sepultada sob forte comoção e em clima de revolta, na tarde desta segunda-feira (9), no Cemitério Nossa Senhora do Ó, no bairro de Ipioca, também na capital.
O crime deixou quatro pessoas mortas, o casal Esvaldo da Silva Santos, 22, e Genilza Oliveira da Paz, 27, e os filhos Maria Eduarda, de 9 anos, e Guilherme, de 2 anos. Um outro filho deles, de 5 anos, foi ferido, mas sobreviveu. Segundo a polícia, as vítimas foram mortas provavelmente a golpes de facão.
Como a capela é pequena, foi feito um rodízio para velar os corpos. Os primeiros foram os corpos de Santos e Guilherme.
Familiares presentes se diziam revoltados com a tragédia, principalmente por causa da morte das crianças.
Muitos moradores da região mesmo sem conhecer as vítimas, compareceram ao cemitério. Por conta disso, o local ficou lotado.
A dona de casa Ana Paula da Silva disse que foi prestar solidariedade aos familiares. “Esse crime só traz mais insegurança às pessoas. Nós que moramos nessa região estamos cada vez mais assustados. Vemos uma coisa dessa dentro de casa. É preciso que a polícia descubra o mostro que fez isso”, diz.
Parentes das vítimas disseram que eles haviam se mudado para o local onde aconteceu o crime há menos de um mês. A prima do Esvaldo, Letícia Vieira da Silva, disse que ele morava em Ipioca e foi morar recentemente no sítio em que passou a trabalhar como caseiro. “Ele nasceu e se criou em Ipioca. Nunca teve problemas com ninguém. Isso foi um susto para a família”, diz.
A dona de casa Maria José da Silva conhecia o caseiro desde que ele nasceu. Ela disse estar muito abalada com o crime.
“Nunca soube de nada dele nem da família. São pessoas de bem que nunca fizeram mal a ninguém. O que mais revolta é a crueldade que fizeram e ainda não terem poupado as crianças”, lamenta
Sobrevivente está fora de perigo
O menino de 5 anos que sobreviveu à chacina precisou ser submetido a uma cirurgia no Hospital Geral do Estado (HGE) e está em estado estável. De acordo com a assessoria do HGE, o menino tinha um corte na face e outro mais profundo na testa.
A assessoria informou ao G1 que, após a cirurgia, ele ficou em observação, mas já não corre risco de morrer. Segundo o hospital, uma tia da criança compareceu à unidade para acompanhá-la. Ela está na pediatria e onde se recupera dos ferimentos.
Investigação
O delegado José Carlos André, que iniciou as investigações da chacina, disse que o crime tem característica de vingança, mas que ainda não é possível dizer o que motivou o possível acerto de contas.
“[O crime] Tem características de vingança, mas a motivação é que ainda é desconhecida. Mas pela barbaridade do crime, é possível dizer que alguém estava com muita raiva dessa família”, afirmou o delegado José Carlos, da Delegacia de Homicídios da Capital.
Fonte: Globo.com
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