A família do adolescente Danilo Fernando da Silva, morto a tiros durante uma abordagem policial em Arapiraca, no dia 25 de novembro de 2021, cobra que seja marcada a data para a reprodução simulada do caso, determinada pela Justiça em julho deste ano. Em dezembro de 2022, a família realizou um protesto, junto com parentes do empresário Marcelo Leite, também morto em uma abordagem na mesma cidade, para cobrar Justiça para os dois casos.
Segundo as investigações, Danilo teria fugido de uma abordagem e foi baleado. As informações da família é de que ele fugiu porque não tinha habilitação para conduzir a motocicleta. Os militares, segundo a Polícia Civil de Alagoas (PC/AL), haviam alegado que o adolescente tinha disparado contra eles, mas, conforme as investigações, a versão tinha inconsistências.
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O Ministério Público (MP) denunciou, no dia 7 de dezembro, quatro policiais que estavam na abordagem ao adolescente. A 6ª Promotoria de Justiça ofereceu denúncia por lesão corporal seguida de morte e fraude processual.
“O menor foi atingido na região lombar esquerda com trajeto ascendente, alojando-se o projétil na região da mamária direita, o que demonstra que, quando a vítima foi atingida, tinha se abaixado e estava deitada, colocando-se em posição de defesa, e não, de ataque”, afirmou a denúncia.
Segundo o advogado da família de Danilo, João Lucas Pereira, o Ministério Público Estadual pediu a reprodução simulada do caso e a Justiça acatou em 21 de julho deste ano, no entanto, até o momento, a reconstituição do caso está sem data para ocorrer. A data é marcada pelo Instituto de Criminalística (IC).
“A reprodução simulada dos fatos será de grande importância para apontar as contradições e erros cometidos na abordagem que levou à morte do jovem Danilo. O Ministério Público entendeu a importância dessa prova, requereu em Juízo e foi atendido pelo juiz da 8ª Vara Criminal de Arapiraca, e em julho deste ano, o IC recebeu o pedido de marcar a data e até o presente momento não foi marcada”, expõe o advogado da família.
Em novembro deste ano, mais um caso de morte durante abordagem policial chamou atenção dos arapiraquenses. O empresário Marcelo Leite foi baleado por disparo efetuado pela polícia. Os militares alegam que os disparos ocorreram por legítima defesa, porque Leite estaria portando uma arma de fogo. A família dele, no entanto, nega que Marcelo tivesse uma arma de fogo. Para esclarecer essas circunstâncias, o IC marcou a reprodução simulada do caso, que irá ocorrer às 20h do dia 16 de janeiro de 23, em Arapiraca.
O Instituto de Criminalística (IC) informou em nota que “o setor de perícias externas do Instituto de Criminalística não identificou ofício de requisição de reprodução simulada referente a essa vítima”.
Polícia ” despreparada” infelizmente vidas ceifadas. Lamentável.