Um policial militar da reserva de 55 anos está sendo apontado como suspeito de estuprar dois adolescentes, de 17 e 15 anos, que são irmãos, em Alagoas, sendo que um dos casos teria sido cometido em Marechal Deodoro, Região Metropolitana de Maceió.
Em depoimento à TV Gazeta, a mãe dos dois adolescentes disse que registrou um Boletim de Ocorrência contra o militar – que seria amigo da família – e mostrou um laudo que constata que o crime ocorreu. Não há informações sobre se um inquérito policial foi aberto. A Gazetaweb tenta contato com as autoridades policiais de Marechal Deodoro.
Ainda de acordo com o relato da mãe, que não quis se identificar, o próprio filho de 17 anos relatou com detalhes a situação. Segundo ela, o filho foi abordado pelo PM no canteiro da guarda-municipal, na parte baixa de Maceió, oferecendo carona. No entanto, em vez de seguir em direção à casa dela, o policial pegou a direção sentido ao bairro da Ponta Grossa, onde comeu com o adolescente.
No entanto, após comerem – relata a mulher – o homem teria dito que iria para outro lugar pegar algo e que “era coisa rápida”, seguindo em direção a Marechal Deodoro. “Entrou numa rua de barro, que só tem mato. E lá ele bateu no rosto do meu filho, que meu filho chegou em casa machucado. Não foi só uma, duas, três vezes, foram várias vezes que meu filho apanhou”, conta a mãe.
De acordo com o relato dela, o filho contou que o policial tirou uma arma de fogo na parte inferior do carro “e botou na cabeça do meu filho e disse ao meu filho que ele não estava pedindo, estava mandando meu filho tirar roupa. Meu filho contou detalhes de tudo o que ele fez com ele, dentro carro e apanhando”, diz a mulher à TV Gazeta.
De acordo com as informações repassadas pela mãe, o filho mais novo, de 15 anos, também teria sido abusado pelo policial.
“O meu filho perguntou a ele: ‘Velho, o que você fez comigo hoje, você fez com meu irmão?’ Ele riu e disse: ‘O que é que você acha?’ Durante sete meses ele fazia isso e foi exatamente no mesmo local que ele levou o de 17”, diz.
A família procurou a Justiça e registrou um Boletim de Ocorrência. O adolescente de 17 anos fez exame de corpo delito, que constatou o crime. Os dois estão recebendo assistência psicológica.
“O meu filho de 15 anos só vai para o colégio se o pai for levar ele e buscar e o de 17 trabalhava, saiu do trabalho”, completa a mãe.
O Ministério Público está acompanhando o caso e já oficiou a corregedoria da Polícia Militar, pedindo explicações. Segundo a promotora que acompanha o caso, Karla Padilha, o militar pode responder de duas formas:
“Apesar de estar na reserva, ele pode ser punido pela corregedoria da PM administrativamente e também, em caso de indiciado em inquérito policial, através de uma condenação criminal, precedida de uma denúncia feita por um promotor de Justiça natural. Como há possibilidade que um dos fatos tenha ocorrido no município de Marechal, iremos também enviar para os promotores que atuam naquele município para que eles possam acompanhar e já terem ciência de um eventual inquérito policial que possa ser remetido para lá posteriormente”, afirma a promotora, que acrescenta:
“Oficialmente não recebemos nenhuma informação, mas informalmente, tivemos notícias que há outros adolescentes que podem ter sido vítimas de um mesmo agressor”, informa a promotora de Justiça.
A TV Gazeta entrou em contato com a corregedoria da Polícia Militar e com o próprio policial militar, mas não obteve retorno.
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