O esposo de Suzana Thaís Ferreira da Silva, que morreu vítima de embolia pulmonar após se submeter a um procedimento estético ilegal em Maceió, afirmou que a mulher estava feliz com a possibilidade de colocar implante de silicone nas nádegas e que comentava com ele que era o seu maior sonho.
Suzana Thaís morreu no HGE na madrugada de domingo, 31, menos de 24 horas depois de realizar a intervenção em um resort no Litoral Norte da capital alagoana. Ela deixou dois filhos, uma adolescente de 13 anos e um menino de quatro anos. A suspeita de aplicar a substância já foi identificada pela polícia.
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“Eu só soube de tudo depois que ela morreu, que fui ver as conversas no celular dela. Ela dizendo para essa mulher que estava muito feliz por estar realizando o sonho. E eu não sabia que ela tinha juntado esse dinheiro. Nas conversas, eu vi que ela tinha dado uma entrada de R$ 1 mil e acho que pagou o resto pessoalmente”, disse Wanderson Dias, ao destacar também que o valor fechado pela internet foi de R$ 4,5 mil.
O marido de Suzana Thaís também afirmou que percebeu que ela estava pálida logo depois de voltar para a casa, e sem conseguir responder às perguntas que fazia. Ele também contou que a levou ao hospital contra a vontade da companheira.
“Eu notei que ela estava bem pálida, não conseguindo falar. Eu perguntando a ela o que tinha acontecido, e ela só mordia os lábios. Eu percebi que ela estava com um lado avermelhado nas nádegas. Ela ainda queria trabalhar, estava procurando a roupa dela, mas eu vi que ela não tinha condição. Ela disse que não podia faltar o trabalho. Aí eu dei um banho nela, vi que ela estava suando frio, depois chamei o táxi e a levei [para o hospital]”, disse.
Suzana trabalhava em um food truck, na parte baixa de Maceió.
“Eu percebi que ela acordou cedo no sábado, e ela não costuma acordar aquela hora. Aí ela disse que ia de encontro com essa mulher, mas ela não disse que ia fazer, só que ia conversar. Ela queria fazer uma surpresa para mim, fazer o procedimento e quando eu chegasse em casa, ela ia mostrar que tinha dado certo”, lamentou Wanderson.
“Espero que a Justiça seja feita”
Abalado com a perda da esposa, o homem destacou que espera que a mulher responsável pela intervenção seja presa. Ela já é considerada suspeita de realizar o mesmo tipo de procedimento em pessoas de outros Estados.
“Eu espero que a Justiça seja feita, e ela pague pelo que fez. Deixou duas crianças órfãs, nosso filho de 4 anos e a filha dela de 13 anos. Isso destruiu o sonho dela e o meu. Nossa casinha… Infelizmente aconteceu isso com ela.”, disse aos prantos.
Atendimento em hospital
No HGE, Wanderson afirmou que o médico pediu para que ele tirasse cópias da documentação da mulher para apresentar para a assistente social da unidade e voltou para casa para fazer isso, deixando a mulher internada. O homem também contou que não havia vaga na UTI para Suzana.
“O médico viu que ela estava com embolia pulmonar, me orientou a ir em casa, tirar todas as xerox dos documentos e entregar na assistência social, porque ela ia ficar internada. Mas aí enquanto estava fazendo isso recebi a ligação da assistente social e soube que ela tinha falecido”, explicou.
O hospital confirmou que Suzana Thaís morreu às 2h30 do domingo. A mulher foi admitida horas antes, às 23h14, com suspeita de embolia pulmonar e sepse, sendo assistida pela equipe multidisciplinar da Área Amarela. O HGE não se manifestou sobre a declaração do acompanhante, de que não havia vaga na UTI.
Polícia investiga substância
O delegado Robervaldo Davino informou nesta manhã que o IML confirmou que Suzana Thaís morreu em consequência do produto que foi injetado nela. “Nós ainda estamos trabalhando para identificar qual substância foi usada na mulher”, afirmou.
Ele também destacou que o caso está esclarecido e pretende ouvir a suspeita. “Já estamos sabendo que ela vai para outras cidades, para outros Estados, para aplicar o produto. Sabemos de tudo dela, sobre a conta bancária, o endereço da clínica na Bahia”, disse.
“Ouvimos o marido da Suzana e fomos ao resort onde foi aplicado o produto. Nós fomos informados pela equipe do resort que a mulher saiu do local às pressas no domingo, entendemos que ela soube da morte da mulher e fugiu. O dono do resort passou todos os detalhes de como era o comportamento dessa mulher”, completou.
Triste! Mas quem aplicou estava em acordo com a vitima, ambos culpados. então qualquer responsabilidade deve cair sobre as duas partes!