A amiga que estava com Joyce Mariele Cândido da Silva Santana, 16 anos, no momento em que a adolescente foi morta, na última terça-feira, 25, no Conjunto Village Campestre II, publicou um desabafo nas redes sociais. Ela deu detalhes do que aconteceu no momento e um dia antes do crime, negou estar envolvida e pediu por justiça. No vídeo, a adolescente aparece chegando no condomínio, na garupa da motocicleta em que estão também Lucas Felipe Cardoso Moleda, 18 anos, e Joyce.
A menina diz que o suspeito, que está sendo procurado pela polícia, chamou Joyce para conversar a sós, mas a própria amiga teria se oferecido para ir com os dois, para buscar um celular na casa de uma outra colega. Após pararem a moto em frente ao condomínio, a amiga desceu, enquanto Joyce e Lucas ficaram para conversar.
“Paramos a moto como vocês viram no vídeo, eu chamei ela pra entrar, ela não quis e disse que achava que ele queria conversar. Tudo bem, entendi, achei que iam se acertar. Daí escutei o disparo, já vi ela caída no chão e ainda vi quando ele deu a volta na moto. Chamei socorro e, até o socorro chegar, infelizmente ela faleceu”, relatou a amiga.
Ainda de acordo com a publicação da menina, Joyce teria sido ameaçada no dia anterior.
“Um dia antes ele tinha ameaçado ela, dizendo que ia matar ela, que isso e aquilo, e mandou ela ir na casa da tal namorada dele, que também era minha “amiga”. Que também perguntou pelo Whatsapp da minha mãe onde eu estava. Daí as duas se pegaram no tapa, o Lucas deu um tapão na cara da Joyce. Teve um menino que deu uma bomba na boca dele, para mandar ele parar. Isso um dia antes da morte dela. A tal namorada dele disse: ‘Tá tudo confirmado viu?’. A Joyce me disse: ‘Você escutou? Foi ameaça’. Daí fomos embora e ele já chegou no dia do acontecimento. Muitas pessoas tão dizendo que eu sabia, que eu quem fiz a ‘cocó’, que eu soube que ele confirmou. Me levaram para dar depoimento e ele disse: ‘Eu vou pegar um por um’. O próprio delegado viu. Fugiram os dois”.
“Consciência limpa. Eu amava minha amiga. Só eu sei como doeu ver ela ali e não acordar nunca mais, nem escutar a voz dela e nem poder ir ao enterro. Enfim, foi isso. Eu te amo, amiga. A Justiça será feita”, finaliza a amiga no texto.
Polícia procura o suspeito
A Polícia Civil fez buscas, na manhã desta sexta-feira, 28, para localizar Lucas Felipe Cardoso Moleda, 18 anos, principal suspeito do crime de feminicídio contra Joyce Mariele Cândido da Silva Santana, 16 anos, na última terça-feira, 25, no Conjunto Village Campestre II. Os agentes estiveram na Grota do Rafael, em Jacintinho, mas o jovem não foi encontrado. A polícia vai seguir à procura do suspeito.
Segundo a delegada Tacyane Ribeiro, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Lucas teria ido para a residência de um parente na região no mesmo dia do crime. A suspeita de que ele estivesse escondido na grota levou os policiais ao local.
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Ontem, a arma utilizada no assassinato foi apreendida dentro da casa de Lucas. O revólver pertence ao padrasto do suspeito e foi entregue ao Instituto de Criminalística (IC), para passar por uma perícia. O padrasto é policial militar e estaria colaborando com as investigações, além de ter informado que não forneceu a arma ao suspeito.
O caso
Uma câmera de videomonitoramento flagrou o momento em que a adolescente de 16 anos foi morta com um tiro disparado pelo jovem. O crime aconteceu na Rua Otacílio Holanda, no Village Campestre II, na tarde dessa terça-feira, 25.
As imagens mostram que o assassino chega pilotando a moto em frente a um condomínio às 15h53 de ontem. A vítima e a amiga dela dividem a garupa do veículo. Instantes após descer da moto, a amiga de Joyce entra no residencial e deixa os dois a sós.
O jovem, que estava sem camisa e com capacete, inicia uma discussão com Joyce, às 15h55. Ele pega a vítima pelo pescoço com uma arma de fogo na outra mão. Logo depois, ele derruba a adolescente no chão e atira, aparentemente na cabeça dela.
Após o crime, o jovem sobe na moto e foge. A amiga de Joyce se aproxima dela caída e constata que ela foi baleada. Em desespero, ela procura ajuda dentro do condomínio. Nas imagens não foi possível observar a chegada de mais pessoas na cena do crime.
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