O clima é de perplexidade e silêncio na residência da adolescente Julia Isabel da Silva, de 17 anos, assassinada pelo próprio irmão na madrugada de hoje (27), na residência da família, no bairro Cidade Universitária.
Familiares, amigos, vizinhos e representantes do Conselho Tutelar tentam refazer as etapas da tragédia e encontrar uma explicação para o crime. Em entrevista ao Alagoas 24 horas, o conselheiro tutelar Henrique Leite disse que moram na residência a mãe, vítima e agressor, e um irmão de ambos, de apenas nove anos. Na noite de ontem, a mãe decidiu ir dormir e deixou os dois adolescentes assistindo à TV. Tudo parecia normal.
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Tanto os familiares, quanto os moradores da rua afirmam que o agressor é um menino dócil, bom aluno e sem histórico de violência ou dependência química, o que torna ainda mais dramático o desfecho. A mãe, Luciana, informou ter sido acordada pelos gritos da filha pedindo socorro, saiu correndo de casa para pedir ajuda, mas os vizinhos já encontraram a jovem sem vida. A arma do crime, uma faca peixeira, um utensílio de cozinha retirado do armário, foi abandonada próxima à cama da vítima.
Segundo Luciana, após matar a irmã, o filho parecia “estar fora de si”. A mãe reforçou a fala de que os irmãos se davam bem e que ambos foram “criados no evangelho”. A mulher ainda citou que há histórico de esquizofrenia na família do marido, embora negue que o adolescente tenha apresentado qualquer sintoma anteriormente. A menina era boa aluna e iria iniciar um curso de radiologia e sonhava ser delegada federal.
Após o crime, o menino de 14 anos fugiu de casa. Segundo a própria mãe, o agressor está sob a custódia do pai e deve se apresentar à polícia judiciária. Segundo o conselheiro tutelar Henrique Leite, a entidade busca, agora, recursos para assegurar o sepultamento de Júlia, uma vez que a família não possui recursos.
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