A Operação “Ponto Final”, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), na manhã desta terça-feira (13), em Maceió, e que cumpre mandados de busca e apreensão em estabelecimentos comerciais da família envolvida na morte do auditor fiscal João de Assis, em agosto deste ano, já apreendeu, até o momento, dinheiro com algumas cédulas estrangeiras, de quantia superior a R$ 50 mil, bebidas, cigarros e carvão. Todos as mercadorias não apresentam nota fiscal, o que caracteriza o crime de fraude fiscal.
Ao todo, estão sendo cumpridos 18 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 17ª Vara Criminal da capital. Os principais alvos da operação foram Ronaldo Gomes de Araújo e João Correia de Araújo (mais conhecido como “João da Galinha”), além de João Marcos Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo, João Correia de Araújo, Maria Selma Gomes Meira, Karine Mikaely da Silva Santos e Rozemeire dos Santos Silva. Ronaldo, Ricardo e Maria Selma, inclusive, estão presos no sistema penitenciário sob a acusação de outros ilícitos penais, dentre eles, o do auditor fiscal João Assis, assassinado em 26 de agosto, na parte alta da capital.
As medidas judiciais também estão sendo cumpridas em desfavor das empresas J M Gomes de Araújo (Ponto 29), Mercadinho da Rose, Ronaldo Gomes de Araújo (também Ponto 29) e João Marcos Gomes de Araújo (Ponto 29 Gás).
Os acusados movimentaram, fraudulentamente, cerca de R$ 42 milhões nos últimos cinco anos, segundo investigações. Tal esquema ilegal deverá levá-los a responder penalmente, em tese, por crimes contra a ordem tributária, falsidade Ideológica e organização criminosa, dentre outros. Imóveis, veículos, contas correntes e demais ativos que estão em nome dos integrantes da Orcrim estão bloqueados, a pedido do Gaesf.
“As mercadorias estavam escondidas em depósitos e guarda-roupas. Também encontramos mercadorias contrabandeadas, que figura crime federal. O carvão, eles faziam estocagem. Uma verdadeira organização criminosa”, disse o superintendente Especial da Receita Estadual da Secretaria da Fazenda, Francisco Luiz Suruagy, em entrevista à TV Pajuçara.
Ainda segundo Suruagy, também haverá uma investigação por parte da polícia, que vai investigar a procedência das mercadorias. “Se elas estão sem nota, há uma grande probabilidade de que são roubadas”, acrescentou.
A operação foi coordenada pelos promotores de Justiça Cyro Blatter e Anderson Cláudio Barbosa e acompanhada pelo secretário estadual de Segurança Pública, Flávio Saraiva, e por Francisco Luiz Suruagy.
Até o momento, 16 mandados já foram cumpridos. Não foi informado, até o momento, o valor total das mercadorias apreendidas. Uma coletiva de imprensa deve ser realizada para passar detalhes da ação, que ainda segue em curso.
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