Jéssica foi atingida com tiro nas costas (Crédito: TNH1 / Erik Maia)
A mulher baleada no Réveillon Celebration, na madrugada desse domingo (01), em Cruz das Almas, orla de Maceió, procurou a Polícia Civil nesta segunda-feira (02) para prestar queixa sobre o ocorrido.
Jéssica Degílio de Violin, de 32 anos, que é de São Paulo, foi atingida com um tiro nas costas, poucos minutos após a virada do ano, mas não sabe de onde partiu o disparo. Acompanhada de amigos, ela procurou o 6º Distrito Policial, no mesmo bairro onde ocorreu o evento, e prestou depoimento ao delegado Robervaldo Davino.
Ao Fique Alerta, da TV Pajuçara, e ao TNH1, uma amiga de Jéssica, a advogada Larissa Martins, que mora em Maceió, contou que o atendimento recebido pela jovem no pronto-socorro do evento foi precário, bem como houve resistência da coordenação médica em disponibilizar uma ambulância para encaminhá-la a um hospital.
“Nós reivindicamos que o evento chamasse ou disponibilizasse uma ambulância, tendo em vista que a médica disse que havia um corpo estranho nela. Houve resistência da médica em chamar ou ceder a ambulância, houve muitas discussões, a vítima ficou estressada, enquanto eles alegavam que a ambulância seria para atender coma alcoólico”, revelou em entrevista no início desta tarde.
Larissa contou ainda que seu marido procurou os responsáveis pelo evento, mas a única pessoa encontrada foi a médica responsável pelo pronto-socorro. No local onde a jovem foi atendida, ela disse que havia três macas, não existia uma pia com água para fazer a limpeza do ferimento e que os amigos usaram os celulares para ajudar a iluminar o local.
Depois da transferência de Jéssica para o hospital Santa Casa, para onde ela foi acompanhada por Larissa e o marido, a jovem passou por cirurgia, paga por seu próprio convênio médico. Veja o vídeo da entrevista:
Amigos negam existência de detectores de metais
Também na delegacia, a advogada revelou que o evento não contava com detectores de metais, conforme foi informado ao TNH1 pela assessoria de comunicação do Celebration. “A revista foi precária. A Jéssica estava com uma bolsa e não pediram para abrir”, revelou.
Inquérito
A partir de agora, o caso é investigado por meio de inquérito aberto pelo delegado Robervaldo Davino. Ele já esteve no local do evento e viu imagens do projétil que atingiu a jovem, que acredita ser de pistola. O material está na Santa Casa e será encaminhado à delegacia.
Também serão solicitadas imagens das câmeras de monitoramento da festa para análise.
Versão do evento
Por meio de nota a assessoria do Réveillon Celebration afirmou que o ferimento foi “superficial” e que após detectar “um corpo estranho” na vítima ela foi diagnosticada pelos médicos do evento como estando “descartada qualquer gravidade”.
A nota diz ainda que a organização do evento aguarda os laudos médicos e que está em contato com a vítima e seus familiares; confira a nota na íntegra:
“Em respeito a todos os clientes, pelo compromisso que temos com a verdade, a ética e a transparência, e para evitar mal-entendidos, a Celebration Entretenimento vem através desta nota oficial esclarecer:
1) Sobre o caso noticiado na imprensa, a cliente deu entrada no posto médico 04 às 00h11 com um ferimento superficial nas costas. Ela foi avaliada por dois profissionais médicos, onde foi feito uma pré avaliação do ferimento, e foi diagnosticado um corpo estranho e descartado qualquer gravidade. Após a limpeza no local do ferimento, foi feito curativo e liberada uma ambulância de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) às 00h33 para transportar a paciente ao Hospital Santa Casa de Misericórdia de Maceió. A direção médica do evento foi pessoalmente ao hospital para acompanhar o andamento do caso na mesma madrugada, onde foi informada que a mesma já tinha recebido alta.
2) Estamos aguardando os laudos médicos e periciais para demais esclarecimentos.
3) A Celebration Entretenimento está em contato com a cliente e seus familiares para o devido acolhimento e suporte no que se fizer necessário.”
Fonte: TNH
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