Após ser informado que pode ser alvo de procedimento por deixar cerca de 500 inquéritos sem solução para seu sucessor, na delegacia de Marechal Deodoro, o delegado Alcides Andrade afirmou à Gazetaweb, na tarde desta segunda-feira (23), que não é justo ser penalizado e que, se há ligação irregular de energia elétrica na distrital, a responsabilidade é da Polícia Civil. “É cruel penalizar o delegado se não há estrutura de trabalho. Não estou preocupado com investigação. Eu cumpria, mensalmente, a meta do Conselho de Segurança. Cheguei a extrapolar a meta de 12 inquéritos. Fazia mais de vinte”, afirmou Alcides Andrade.
De acordo com Andrade, o problema na delegacia de Marechal Deodoro é o acúmulo de trabalho para uma equipe restrita. “Quando cheguei à delegacia, havia cerca de 400 inquéritos. Herdei 400, deixei 500 para o Jobson, e quando o próximo delegado assumir vai pegar muitos outros. Ali, a gente investiga de tudo, desde afogamentos até estupros, assaltos e acidentes de trânsito. A demanda é grande para uma equipe pequena. É o acúmulo de anos”, afirmou o delegado.
Sobre a ligação irregular de energia detectada durante inspeção na delegacia de Marechal Deodoro, Alcides Andrade afirmou que serviços de reforma foram interrompidos, durante um temporal, ainda no primeiro semestre, e que a Polícia Civil foi acionada para solucionar o problema.
“Certo dia, durante a chuva, chamamos o pessoal da manutenção da PC para realizar um conserto. Se tem gato, quem fez não fui eu, foi a Polícia Civil. Havia quatro contas de energia em aberto e não sei se, por causa disso, a Eletrobras não colocou outro registro”, afirmou Alcides Andrade.
A situação da delegacia de Marechal Deodoro foi exposta pelo delegado Jobson Cabral, que denunciou à imprensa a falta de estrutura para o trabalho. “A denúncia não foi contra mim. Ele expôs o que está acontecendo e eu acho bom que isso aconteça, para que possam tomar uma providência. A denúncia foi pertinente”, acrescentou Alcides Andrade.
Por conta das denúncias, o Conseg decidiu investigar a conduta do delegado e recomendou, tanto para a Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds), como à Corregedoria da Polícia Civil, que se faça um mutirão com o objetivo de concluir os inquéritos acumulados no prazo de 30 dias.
Fonte: Gazeta Web
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