Filmar, monitorar, e, principalmente, registrar evidências. São essas as principais atribuições das câmeras de segurança, públicas ou privadas, tidas como ferramentas essenciais pelos órgãos de segurança para diversas atividades, como o controle do trânsito, o combate à criminalidade e a conclusão de investigações conduzidas pela polícia.
No último mês de maio, esse tipo de dispositivo foi determinante na solução de um crime que chamou a atenção de todo o estado e teve como vítima a nutricionista alagoana Renata Sá. Foi, justamente, a partir das imagens das câmeras de segurança próximas ao local onde a jovem foi abordada que, em menos de 30 dias, a polícia prendeu o principal suspeito do assassinato, posteriormente confirmado como autor do delito.
De acordo com o coordenador da Delegacia de Homicídios da Capital, delegado Cícero Lima, atualmente as câmeras são, quando possível, as primeiras evidências a serem colhidas pelos peritos. Ele explica que, no caso Renata, sem o acesso imediato às imagens não teria sido possível chegar com tanta celeridade ao autor do crime.
“A partir das imagens, nós pudemos traçar toda a nossa estratégia de investigação. Confrontamos os dados visuais com os dos depoimentos que foram colhidos e, assim, tiramos as devidas conclusões sobre o que realmente ocorreu. Sem a precisão das câmeras, nada disso seria possível tão rápido”, afirmou.
Ampliação do serviço
O projeto de expansão do sistema de videomonitoramento vai contemplar algumas cidades do interior do estado, sendo a primeira delas Arapiraca. Para a implantação, estão sendo realizados estudos técnicos, faltando apenas a entrega de um relatório de viabilidade. “Até o fim do ano, passaremos a operar por lá também, e assim buscaremos melhorar a qualidade de vida em Arapiraca”, afirma a chefe do Núcleo de Rádio Controle do Ciods, Aleska Luize.
Estado vigiado
Sabendo da importância do recurso de imagens, desde 2012 o Estado de Alagoas realizou grandes investimentos para a melhoria da segurança pública e otimização do trabalho policial. Até o momento, entre a aquisição de câmeras de videomonitoramento e equipamentos complementares foram aplicados R$ 12 milhões.
A capital conta com 112 câmeras, entre móveis e fixas, que monitoram as ruas 24 horas por dia. As móveis são capazes de filmar em alta resolução, com possibilidade de serem movimentadas em até 360°. Já as fixas são utilizadas para leitura de placas de veículos. Há, ainda, kits portáteis utilizados pelo Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas (Detran) em operações. As câmeras estão espalhadas em 26 dos 50 bairros de Maceió.
Redução da criminalidade
Chefe do Núcleo de Rádio Controle do Centro Integrado de Operações da Defesa Social (Ciods), Aleska Luize explica que a incidência de casos de violência passou a diminuir de maneira gradativa desde que Maceió começou a operar as câmeras de vigilância.
“Em alguns pontos, os crimes estão sendo reduzidos em até 80%. Com o recurso das imagens, nós temos a possibilidade de reagir melhor e em menos tempo, diante das demandas que vão sendo identificadas. Trabalhamos com a presença de supervisores da Polícia Militar e da Polícia Civil, que automaticamente acionam os oficiais nas ruas”.
Segundo dados estatísticos da Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds), as ocorrências com maior número de incidência registradas pelas câmeras são: acidentes de trânsito (21,25%), manifestações populares (4,62%), tráfico de entorpecentes (2,51%), uso de entorpecentes (2,51%), roubo (1,45%), obstrução de via pública (1,45%), homicídio (1,25%), furto a estabelecimento comercial (1,19%), assistência a populares, como moradores de rua e doentes psiquiátricos (1,12%) e vias de fato (0,99%).
No combate ao crime organizado, a central de videomonitoramento também permite o acompanhamento eficaz de alvos da inteligência da Defesa Social. A instalação das câmeras é feita com base na estatística criminal de cada região.
Fonte: Tribuna Hoje
0 Comentários