Sem receber salários há três meses, servidores da Prefeitura de Maribondo, distante 86 quilômetros de Maceió, estão sobrevivendo de doações feitas pela população. O atraso nos salários é a causa de uma greve que atingiu serviços administrativos e paralisou as aulas nas escolas municipais.
O sindicato dos servidores da cidade afirma que alguns trabalhadores – entre eles garis e merendeiras – não conseguem mais sustentar suas casas em decorrência do atraso nos salários. “São pessoas que recebem salário mínimo e não têm mais de onde retirar a renda mensal”, relata Gilberto Júnior, presidente do sindicato. “Também descobrimos que, aqui, 60% dos salários da maioria dos aposentados são destinadas à compra de remédios. Tem pessoas realmente em situação complicada aqui”, desabafou.
Após uma reunião entre dirigentes dos sindicatos da Saúde, Administração e Educação, os representantes das categoria decidiram, então, buscar com os moradores da cidade uma ajuda para os colegas. “Fomos de porta em porta e conseguimos alimentos da população e de empresários que se sensibilizaram com a situação dos nossos companheiros”.
Os alimentos foram transformados em cestas básicas e, nesta quinta-feira (25), foram distribuídos aos funcionários públicos cuja situação chegou ao limite. “Daqui para frente, no entanto, não sabemos se recebemos mais. Tem muita gente precisando e nenhuma garantia, por parte do prefeito, de que seremos pagos”.
Em decorrência do atraso nos salários, todos os servidores estão paralisados na cidade. Apenas 30% dos funcionários lotados na Saúde estão obedecendo a escala de plantão, mas escolas e serviços administrativos estão sem funcionamento.
Além de greve, protestos e, agora, o ato de solidariedade, os sindicalistas também buscaram representação junto ao Ministério Público Estadual. “Falamos com o Procurador Eduardo Tavares e com a promotora Neide Camelo. Eles disseram que iriam adotar providências e também estamos aguardando”, ressalta.
A reportagem da Gazetaweb tentou entrar em contato com o prefeito José Márcio, mas seu celular estava desligado. Em outra oportunidade, entretanto, o gestor da cidade atribuiu o atraso nos salários à redução de recebimento no Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A alegação não convence aos servidores. “Ele sempre diz isso, mas sabemos que esse problema já é antigo. Já era tempo de ele ter regularizado”, rebateu.
Fonte: Gazeta Web
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