Um adolescente de 16 anos foi apreendido na manhã desta quinta-feira (15) suspeito de ser o autor da morte de uma travesti, com quem teria um relacionamento, crime ocorrido na semana passada em Craíbas, no Agreste de Alagoas.
De acordo com o delegado que conduziu a investigação, Thiago Prado, o menor teria atraído a vítima, identificada com o nome social de Pâmela Tabete, e civilmente como João Diego Silva dos Santos, de 18 anos, para uma emboscada e teria cometido o crime a golpes de “arma branca”, que não especificada pela polícia.
O delegado disse que o caso não pode ser caracterizado como crime de homofobia, uma vez que não havia ódio do autor em relação à vítima pelo fato de ela ser homossexual. “O motivo do crime foi o relacionamento. Ela teria ameaçado revelar o relacionamento entre ambos e ele, por ter uma namorada, a matou. A vítima poderia ser uma mulher na mesma situação”, argumentou.
Ainda de acordo com a investigação, Pâmela teria dito ao suspeito que se ele não reatasse o namoro, ela iria espalhar para todos que o adolescente era homossexual.
Homofobia?
O TNH1 conversou com Nildo Correia, secretário geral do Grupo Gay de Alagoas (GGAL), para saber como a entidade classifica o crime. Ele afirmou que precisa ter acesso ao inquérito para se manifestar, mas antecipou que esse é o quinto assassinato de uma pessoa LGBT em Alagoas ano ano de 2018. Outras 45 agressões físicas ou morais, como a da travesti esfaqueada no apartamento onde mora, em Cruz das Almas, foram registradas no Estado.
“Há uma série de casos que não chegam ao nosso conhecimento ou não são registrados oficialmente na polícia porque as vítimas têm medo de ser coagidas nas delegacias, por vergonha de passar por uma situação constrangedora. Não estou dizendo que todos os policiais são despreparados nesse sentido, mas essa é uma realidade em muitas delegacias”, declarou.
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