Após uma cratera se abrir ainda mais no bairro do São Jorge, em meio às fortes chuvas que atingiram a capital alagoana nos últimos dias, moradores da rua Princesa Diana resolveram protestar e chamar a atenção da prefeitura de uma maneira bastante curiosa, na manhã desta sexta-feira, 27. Trata-se da criação de um novo local “instagramável” — que faz alusão aos espaços feitos pela prefeitura de Maceió em diversos pontos turísticos da cidade — , sendo recriado pelos populares bem perto do buraco, presente na comunidade desde 2013.
De acordo com Jovisan Silva, morador do bairro e líder comunitário, a “inauguração” do ponto instagramável tem intuito de chamar a atenção da administração municipal, já que o local, segundo ele, encontra-se abandonado e oferece risco aos populares há quase 10 anos.
“Existe a cadeira gigante na orla, existe o balanço gigante e, agora, também temos um skate gigante. Diante disso, resolvemos colocar um buraco gigante aqui também. Encontramos essa forma para chamar atenção da Prefeitura de Maceió. Já se passou mais de 48 horas que acionamos a Defesa Civil e, até o momento, nada foi feito aqui. Ninguém esteve no local para acalmar os moradores, e eles ainda afirmaram, em nota para imprensa, que não tinha sido avisados, porém, temos as ligações com protocolo”, afirmou o representante comunitário.
Ainda segundo ele, várias denúncias foram feitas pela população, mas, até o momento, a prefeitura não tomou as devidas providências. “Estamos cansados de esperar os serviços da Prefeitura de Maceió, por isso resolvemos chamar atenção da mesma forma que a prefeitura adotou na cidade. Colocamos uma placa informando que a cratera na rua é o mais novo ponto para fotos”.
A reportagem do TNH1 entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Maceió e aguarda o posicionamento do município.
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Moradores protestam do Santa Lúcia cobram pavimentação e saneamento – Moradores do bairro Santa Lúcia, na parte alta de Maceió, fecharam a Avenida Manoel Afonso de Melo, na tarde dessa última quinta-feira, 26, para reivindicar pavimentação e saneamento básico de ruas do bairro, prometidos pela Prefeitura de Maceió, por meio do programa Revitaliza Maceió. Segundo relatos dos manifestantes, a divulgação dos serviços no bairro aconteceu no final do ano passado e a Prefeitura de Maceió prometia o início das obras ainda para o primeiro bimestre de 2022.
Em entrevista ao TNH1, Djavan Amadeus Costa da Silva, morador do bairro, disse que os protestos estão acontecendo após a Prefeitura de Masceió anunciar o ” São João de Milhões”, que terá um custo superior a R$ 6 milhões somente com as atrações nacionais. ” Estamos esperando desde o ano passado essa obra sair. O prefeito JHC esteve aqui, fez o lançamento da obra, mas até agora não fizeram nada. Além disso, quando ligamos eles falam que teremos que esperar passar as chuvas. Eles acabaram de anunciar um São João que custará mais e 6 milhões aos cofres públicos, porém, não querem fazer uma obra de melhoria aqui no nosso bairro”, justificou.
O São João de Milhões – Anunciado como “o maior São João do Brasil”, com mais de 70 atrações, as festas juninas da capital alagoana empolgaram os mais festeiros, mas preocupam quando se pensa no bolso do contribuinte da 4º capital mais desigual do país, segundo o IBGE, índice “conquistado” recentemente, quando Maceió saltou da 19ª posição em 2019 para o atual posto no ranking. Somente as 24 atrações nacionais – que incluem megaestrelas como Wesley Safadão, Luan Santana e Ludmilla – devem custar aproximadamente R$ 6 milhões aos cofres públicos. O levantamento do TNH1 toma como base o valor médio cobrado pelos artistas em apresentações em 2021. Ou seja, considerando o aumento de cachês no pós-pandemia, acrescido do habitual inflacionamento em período de festas juninas, essa cifra certamente é ainda bem maior.
O levantamento levou em consideração que o valor final acordado entre contratante e artista poderá apresentar diferentes preços para cada contrato específico, porém a maioria dos artistas apresentou um cachê fixado para diferentes tipos de eventos. Lembrando também que as cifras cobradas pelos artistas ou bandas podem variar de acordo com o mês, data e região onde acontecerão as apresentações.
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