
Um homem condenado por duplo homicídio na Carolina do Sul será executado nesta sexta-feira (7) por um pelotão de fuzilamento. O método não é usado nos EUA há quase 15 anos, e nunca foi praticado no estado.
Brad Sigmon, 67, escolheu a opção de fuzilamento. Ele tinha outros dois métodos de execução aprovados pelo estado, injeção letal e cadeira elétrica.
O homem foi condenado por ter espancado até a morte os pais de sua ex-namorada com um taco de beisebol. Após os assassinatos em 2001, ele ainda sequestrou a ex-companheira sob ameaça de uma arma, mas ela conseguiu escapar.
Três agentes estão programados para disparar munições contra ele a 4,5 metros de distância. Nesta sexta-feira às 18h do horário local (20h do horário de Brasília), ele será preso em uma cadeira de aço, com um capuz sobre sua cabeça, enquanto os guardas miram em seu coração na câmara de execução do Departamento de Correções da Carolina do Sul.
Os advogados de Sigmon afirmaram que ele enfrentou uma escolha impossível entre ”métodos bárbaros”. Um deles, Gerald King, disse em comunicado à imprensa que o seu cliente corria o risco de uma morte prolongada com as outras alternativas e, por isso, ”escolheu o melhor que pode”.
Ativistas pedem clemência
Grupos contrários à pena de morte realizaram uma vigília ontem e entregaram milhares de petições assinadas ao gabinete do governador Henry McMaster, solicitando que ele interrompesse a execução. Até agora, a suspensão não parece provável.
Apenas três execuções por pelotão de fuzilamento foram feitas nos EUA desde 1976, todas em Utah. Cinco estados americanos autorizam atualmente o método, são eles: Idaho, Mississippi, Oklahoma, Carolina do Sul e Utah.
Pessoas veem o fuzilamento como ”bárbaro”
À AP, Deborah Denno, criminologista da Faculdade de Direito de Fordham, explicou que a realidade sangrenta desses assassinatos levaram os estados a recorrerem a partir de 1980 à injeção letal – um procedimento visto como ”mais humano”.
Injeção letal, no entanto, se tornou o método de execução mais frequentemente malfeito, de acordo com o Death Penalty Information Center. Autópsias de pessoas executadas por injeção já encontraram líquido espumoso e sangrento enchendo as vias aéreas dos pulmões, o que alguns médicos dizem indicar que a o condenado experimentou a dolorosa sensação de afogamento antes de morrer.
Alguns pesquisadores e membros do judiciário pedem aos formuladores de políticas que reconsiderem os pelotões de fuzilamento. A juíza da Suprema Corte Sonia Sotomayor argumentou em 2017 que, além de ser instantânea, ”a morte por tiro pode ser comparativamente indolor”.
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