Uma das irmãs que foram atacadas com ácido em Marechal Deodoro já está em casa. Erineide Vicente dos Santos, 32 anos, ainda se recupera das queimaduras. Ela recebeu alta nessa quarta e conversou com a equipe do ALTV 2ª Edição nesta quinta-feira (28).
A irmã dela, Erivânia Vicente dos Santos, que é ex-companheira do homem que jogou o ácido, ainda está internada no Hospital Geral do Estado (HGE).
José Gilbenes dos Santos Galvão se apresentou voluntariamente à policia essa semana. E disse que não premeditou o crime e estava arrependido do que fez.
A justiça determinou a prisão preventiva dele. A polícia soube que ele planejava fugir. Depois da prisão, José Gilbenes foi transferido para o Sistema Prisional.
O delegado ainda aguarda um laudo para saber qual foi a substância usada no ataque.
A irmã que recebeu alta contou que as queimaduras ainda incomodam muito. E, por recomendação médica, ela deve evitar o sol. Ela lembrou dos momentos de desespero ao tentar ajudar a irmã.
“Eu pensava em ajudar ela, ao mesmo tempo tava toda queimada. Eu peguei nela assim, queimava muito. Foi muito desespero”, contou Erineide.
“Eu fui conversar com ele na hora que ele jogou o produto nela dentro da loja. Quando eu fui conversar com ele já tava queimada. Aí ele disse: ‘olha aqui também o que eu tenho pra você.’ Aí jogo no meu rosto. Quando caiu no cantinho do meu olho eu não vi mais nada”, complementou a vítima.
A família contou que não sabia que Erivânia tinha reatado um relacionamento amoroso com Gilbenes, porque o casal já tinha tido uma relação muito conturbada há aproximadamente 9 anos.
A mãe das irmãs, Maria Honorato, contou como era o relacionamento da filha e de Gilbenes.
“Ele beliscava ela, puxava os cabelos dela. Nós não gostamos dele mais. Ficamos com ódio dele. Nós vimos. A gente presenciou. Ele ameaçava. Se procurasse a polícia ele pegava o filho dela, que era onde mais doía. E que se fosse preso hoje, amanhã ele saía, porque ele tinha grandão na delegacia. Aí a gente ficava com medo”, contou Maria Honorato.
Erivânia tem quatro filhos. Há duas semanas ela se mudou para a casa dos pais, mas não contou o motivo para a família.
Na vila em que ela morava antes de se mudar para a casa dos pais, os vizinhos estavam muito assustados e não quiseram gravar entrevista, mas contaram que faz 15 dias que Gildebes chegou de surpresa ao loca, invadiu a vila e arrombou a porta da casa da ex-companheira. Ela não estava em casa, porque já tinha ido morar na casa dos pais.
A equipe de reportagem também procurou a dona do restaurante em que as duas irmãs trabalhavam. Ela também não quis gravar entrevista, mas contou que na semana em que antecedeu o crime, o homem acusado de jogar o ácido foi ao restaurante todos os dias e fez provocações a Erivânia como jogar ossos nela e derrubar macarrão no chão para que ela limpasse. A dona do restaurante contou que foi preciso pedir que o homem não aparecesse mais no local.
A irmã contou que Erivânia não tinha paz no trabalho e era ameçada.
“Quando ela chegava lá na cozinha, ela já chegava chorando. ‘Neide, ele tá dizendo coisinha comigo’. Eu disse: ‘não ligue, mulher. Ignore, não olhe pra ele. Quando mais você olhar mais ele vai ficar dizendo coisa com você’. Ficava mandando ela voltar pra ele, que se ela não voltasse ela ia pagar, que ele ia se vingar, ia pegar os filhos dela. E ela se sentia muito mal”, disse Erineide.
Erineide foi vítima de homem que jogou ácido nela e na irmã em Marechal Deodoro — Foto: Reprodução/TV Gazeta
Erivânia, que foi vítima do ex-companheiro em Marechal Deodoro, está internada no HGE — Foto: Reprodução/TV Gazeta
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