Secretaria de Saúde iniciou treinamento com agentes de saúde, de endemias e enfermeiros nesta segunda-feira (14)
Texto: Izabelle Targino / Fotos: Hiarlley Sabino
A Prefeitura de Marechal Deodoro continua atenta às doenças que podem surgir no período após as chuvas, causadas por meio de veiculação hídrica. Pensando em ampliar o contato com a população atingida, a Secretaria Municipal de Saúde passará a usar uma tecnologia de monitoramento da população, realizada por meio de mensagens enviadas aos celulares. A novidade começará a ser usada na próxima quarta-feira (14).
Apesar de simples, a tecnologia nunca foi empregada nos municípios para monitorar as pessoas atingidas pelas enchentes. Será utilizada tecnologia móvel, por meio de um software de inteligência artificial que irá enviar mensagens explicativas com dicas e informações para a população. Além disso, o software irá monitorar possíveis males com perguntas sobre indícios de sintomas de doenças de veiculação hídrica. Todas as informações recebidas da população, que poderão responder às perguntar por mensagens e de forma gratuita, serão encaminhadas às enfermeiras, que conduzirá equipes para visitar as famílias com suspeita de alguma das doenças.
TREINAMENTO
Para agregar a nova tecnologia às ações já realizadas pela Prefeitura desde o final das chuvas, a Secretaria de Saúde iniciou, na tarde desta segunda-feira (12), um treinamento com todos os agentes de saúde e de endemias do município. Além de conhecer a novidade, os agentes foram capacitados sobre quais as doenças que mais ocorrem neste período, a exemplo de diarreias, leptospirose, quais os sintomas e também sobre como informar aos moradores sobre as mensagens que passarão a receber e sobre a importância de enviar respostas.
“A solução é de uma empresa paulista que é especialista em monitoramento populacional por envio de mensagens instantâneas, e será utilizado de forma inédita no município de Marechal Deodoro. Vamos passar para os agentes todas as informações necessárias, além de reforçar o trabalho de orientação para a população atingida. Mesmo com o uso da tecnologia, o trabalho rotineiro dos agentes, de visita às casas e conversas com os moradores são muito importantes. Os agentes vão entregar nas casas um folder com várias informações sobre as doenças e todos os sintomas. Além disso, eles já estão pegando os contatos telefônicos das famílias para cadastrar no aplicativo”, explicou o secretário de Saúde, Aérton Lessa.
Após o treinamento dos agentes, na tarde desta terça-feira (13) será realizado a capacitação com as enfermeiras, mais voltado especificamente para o uso da tecnologia e monitoramento das informações recebidas.
Ainda para o secretário de Saúde, Aérton Lessa, o momento é de preocupação com os moradores. “A enchente nos trouxe um desafio difícil de cumprir, que é suprir as demandas de saúde do cotidiano, e ainda monitorar e cuidar de toda a população afetada pela enchente. Para isso, estamos buscando formas inteligentes de superar essa meta, já que pelos meios tradicionais de visitas podemos levar meses, e temos que cobrir todo território nos próximos 30 dias. Por isso estamos buscando complementar as ações com uso de métodos inovadores”, finalizou o secretário.
DOENÇAS
As doenças de veiculação hídrica, decorrentes do contato com a água ou a lama das enchentes, podem causar febre, dor muscular, náuseas e dor de cabeça. Nesse caso, a população deve procurar um médico e relatar que teve contato com a água dos alagamentos.
Uma das doenças que pode surgir após o período de chuvas é a hepatite A, que pode ser transmitida pela água misturada com esgoto humano. As enchentes também aumentam o risco de diarreia aguda, causada por bactérias, vírus e parasitas, além da febre tifóide, causada pela salmonella typhi, bactéria encontrada nas fezes de animais. Outra grande preocupação é com a leptospirose, que quando não diagnosticada a tempo pode agravar muito o estado do paciente.
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