Polêmica sobre esgoto do Francês que será despejado na lagoa mobiliza vereadores

Vereadores André Bocão e Nelson Ned discutiram os problemas com o engenheiro da obra. (foto: André do MN)

Nos últimos dias recebemos muitas denúncias acerca de uma tubulação que está sendo construída ligando a região do Francês a lagoa Manguaba, passando pelos povoados Cabreiras e Malhadas.

Essa obra de saneamento, de acordo com nossos levantamentos está sendo implantada pela Secretaria de Estado da Infraestrutura – SEINFRA, através do uma empresa contratada, e deverá receber os efluentes líquidos dos vários conjuntos habitacionais e loteamentos que formam o complexo da Praia do Francês, tratando-os e liberando o produto deste tratamento no referido estuário lagunar.

Diante da preocupação da população local e dos pescadores que dependem da lagoa Manguaba para retirarem seus sustentos, os vereadores deodorenses André Bocão e Nelson Ned, procuraram na manhã desta quinta-feira (28), técnicos da empresa responsável pela obra para buscar explicações sobre o projeto

De acordo com o Engenheiro Flávio, uma Estação de Tratamento de Esgotos – ETA, está sendo construída no loteamento Encontro do Mar, também no Francês e após dar o devido tratamento, o efluente líquido deve ser dispersado em um corpo hídrico, no caso em questão a lagoa Manguaba. Tudo isso obedecendo os padrões estabelecidos pelos órgãos ambientais.

Vereadores André Bocão e Nelson Ned, durante visita a ETA.

Preocupação com o SAAE

Ainda de acordo com o engenheiro, após concluída a obra, caberá ao Sistema Autônomo de Água e Esgotos (SAAE), administrar e manter o sistema funcionando adequadamente. É aí que está a grande preocupação da população.

Caso os equipamentos da ETA não receba a devida manutenção, todo o esgoto poderá ser despejado in natura na lagoa Manguaba, o que provocaria um desastre ambiental sem precedentes na cidade de Marechal Deodoro, ocasionando sérios danos a todo o estuário lagunar e prejudicando milhares de pessoas que dependem dela para sobreviverem.

Vale lembrar que algo deste tipo já aconteceu na ETA da Poeira, quando falhas nas bombas deixaram toneladas de esgotos domésticos serem jogados sem tratamento na lagoa Manguaba.

Fotos: André do MN / Sandro Quintela