Da Redação
Quem é das gerações mais antigas da cidade de Marechal Deodoro, município que foi a primeira capital do estado de Alagoas, e “porta” de entrada para o litoral sul alagoano, já ouviu falar do ditado que se dizia quando nascia uma criança por aqui: “Joga um pouco de barro na parede. Se ficar grudado vai ser músico e se cair vai ser pescador.”
Nas filarmônicas da Terra do Proclamador da República as mulheres já competem de igual para igual com os homens atualmente. Porém na pesca, a profissão ainda é restrita a eles, que dominam a arte ensinada de pai para filho.
A Lagoa Manguaba é o local de trabalho de muitos pescadores de profissão e lugar de onde tiram o sustento de suas famílias. Mais também é de tantos outros que praticam a arte da pesca apenas como hobby.
Só que com o crescimento urbano e a ocupação desordenada das margens deste importante ecossistema, vem fazendo com que a Manguaba sofra gradativamente sérios danos ambientais a cada ano. São esgotos sem tratamento despejados diretamente nas águas do estuário, lixo, desmatamento de manguezais, além da pesca predatória.
Um outro grande fenômeno não natural periódico, é o carreamento da chamada “tiborna”, líquido resultante do processo químico que sobra na produção sucroalcooleira e usado comumente como fertilizantes nas plantações de cana-de-açúcar. O “fenômeno” acontece principalmente em épocas de chuvas intensas, causando de acordo com os profissionais da pesca, a mortandade de peixes.
Apesar de tudo isso, a capacidade de recuperação da nossa Manguaba é magnífica. Na manhã desta quarta-feira, dia 13, quando nossa equipe fazia uma reportagem sobre a orla lagunar deodorense, pudemos registrar uma cena belíssima.
Dois pescadores retiravam uma rede bem próximo da margem e nela, milhares de peixes. A quantidade era tão grande que eles tiveram dificuldades para retirá-los da lagoa.
Se todos nós, enquanto sociedade civil organizada, déssemos o devido valor as questões ligadas a preservação ambiental, com certeza poderíamos presenciar muitos outros milagres que só a natureza pode nos oferecer. Podemos sim dizer que somos uma terra abençoada por Deus.
Vamos fazer cada um de nós a nossa parte, deixando para as gerações futuras um legado ambiental equilibrado, sustentavelmente falando. Preservar a natureza é garantir o nosso próprio futuro e o futuro dos nossos filhos.
Fotos: André Marechal
oi, gostaria que fizessem uma pesquisa sobre a renda financeira que a pesca move na cidade e a importância da pesca para os moradores.
Parabéns André, ótima matéria, boa prestação serviço