Na audiência, foram apontadas as causas do desastre ambiental e discutidos meios de combater o problema.
Texto: Antônio Carlos Souto
O prefeito de Marechal Deodoro, Cláudio Filho Cacau, participou de uma sessão especial da Assembleia Legislativa de Alagoas, nesta sexta-feira (31), que trouxe como debate a mortandade de peixes no complexo lagunar Mundaú-Manguaba. Na audiência, foram apontadas as causas do desastre ambiental e discutidos meios de combater o problema.
Expondo as análises, a sessão extraordinária contou com dois momentos ministrados por especialistas da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA). Na ocasião, foi apontada como causa da mortandade dos peixes a poluição das lagoas, causada principalmente por esgotamento sanitário.
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Saneamento, Agricultura, Pesca e Aquicultura, Mateus Gonzalez, a mortandade foi causada pela falta de oxigênio na água, ocasionada pelo acumulo de matéria orgânica no fundo das lagoas, provocado principalmente pelo lançamento de esgoto doméstico.
“Tudo o que é poluente lançados das cidades em torno da bacia do Paraíba, Sumaúma e Mundaú se acumula em Marechal Deodoro. Quando tem os eventos de vento e de chuva, essa matéria orgânica entra em suspensão na água e causa a falta de oxigênio e a assim a mortandade dos peixes”, explicou.
Preocupado com a causa, o prefeito de Marechal Deodoro, Cláudio Filho Cacau, apontou o desassoreamento da lagoa e o projeto de saneamento das cidades em torno do complexo lagunar como possíveis agentes de combate ao problema.
“O município de Marechal Deodoro é banhado por mares e lagoas e tem sofrido muito com essa situação. Tudo isso traz dificuldade para a economia e para o sustento dos deodorenses que dependem das lagoas. Então, eu queria nesse momento nos unir, junto a bancada federal, para que a gente venha buscar a solução. O que a gente não pode mais é ter cinco, dez, vinte mil famílias sofrendo, pescadores sofrendo”, defendeu.
O prefeito Cacau falou ainda da importância da preservação do meio ambiente, da manutenção do turismo local, como o polo gastronômico da Massagueira, e aos cuidados com as lagoas na prevenção de novas enchentes, como as que afetaram o município em 2017.
“Me preocupa muito a região dos canais: Barra Nova, Massagueira, Santa Rita, a região do Riacho Velho, que não tem sanamento. Até quando nosso ecossistema, nossa lagoa vai aguentar esse desaforo? Eu tenho tentado, como prefeito, fazer a minha parte, mas eu preciso do apoio da bancada federal, do apoio do governo do Estado, para que a gente possa, juntos, buscar a solução. Com isso, vencem as lagoas, o meio ambiente e os pescadores que precisam. A Prefeitura estará sempre ao lado dos técnicos e das demandas para que a gente possa buscar a solução”, afirmou.
Ainda na ocasião, o deputado estadual Marcelo Beltrão solicitou a criação de uma comissão parlamentar para dar andamento e acompanhar as demandas junto ao Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM). A solicitação foi aprovada.
Além de pescadores e moradores das regiões afetadas, também participaram da audiência o presidente do Comitê Gestor do Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM) e secretário de Meio Ambiente de Marechal Deodoro, Matheus Gonzales; os deputados Marcelo Beltrão (MDB), Davi Maia (DEM), Francisco Tenório (PMN), Dudu Ronalsa (PSDB) e Jó Pereira (MDB); da deputada federal Tereza Nelma (PSDB/AL); entre outras autoridades.
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