A Justiça alagoana suspendeu, nesta segunda-feira (4), o julgamento da advogada gaúcha, Janadaris Sfredo, acusada pelo Ministério Público Estadual (MPE/AL) de encomendar a morte do advogado alagoano Marcos André de Deus Félix, em 2014.
A decisão de adiar o julgamento, que aconteceria na próxima quinta-feira (7), foi do juiz Bruno Acioli Araújo. Segundo o magistrado, o julgamento fica adiado até que o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) decida sobre o pedido de desaforamento formulado pela promotora Maria Luísa Maia Santos, da 1ª Promotoria de Justiça de Marechal Deodoro.
A promotora pediu o deslocamento do julgamento da comarca de origem para uma comarca próxima, ou seja, que seja transferido de Marechal Deodoro para Maceió. O pedido foi endossado pela defesa da ré.
Para o Ministério Público, a mudança de comarca é necessária para garantir a imparcialidade dos jurados, evitando que sejam influenciados pela comoção e pelas conexões sociais envolvidas no caso. Além disso, segundo o órgão, a testemunha chave do caso teria sofrido ameaças e intimidações.
A advogada Janadaris Sfredo foi presa no dia 14 de outubro de 2016, pela Polícia Federal, no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Na ocasião ela recebeu voz de prisão dentro da aeronave e por ter terceiro grau foi levada para uma cela especial na penitenciária de Guaíba.
A empresária não tinha autorização para deixar Alagoas. O delegado do 17º DP de Marechal Deodoro, Rodrigo Colombelli, ainda deslocar um aparato policial para efetuar a prisão de Janadaris no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, mas ela conseguiu embarcar antes de ser detida.
O caso
O crime ocorreu no dia 14 de março de 2014, na praia do Francês, em Marechal Deodoro. O advogado, Marcos André de Deus Felix, 40 anos, oi atingido por diversos disparos e morreu dias depois no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, no Tabuleiro do Martins.
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, Janadaris e Sergio Luiz Sfredo seriam os autores intelectuais do crime, encomendando a morte do advogado a Álvaro Douglas dos Santos, Juarez Tenorio da Silva Júnior e Elivaldo Francisco da Silva, através do pagamento de R$ 2 mil. O crime teria sido motivado por desentendimentos entre o casal e a vítima.
A inimizade, que teve início em 2010, teria sido resultado de uma disputa judicial referente à ação de despejo da Pousada Lua Cheia. Na ocasião, Marcos era o advogado dos proprietários do imóvel e Janadaris representava os interesses dos inquilinos, que perderam a causa.
Posteriormente, o casal passou a administrar a Pousada Ecos do Mar e foi morar vizinho à vítima. É relatado que o advogado tornou-se alvo de provocações e perseguições, que afetaram o seu cotidiano.
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