Após receber reclamações de mau atendimento e firmar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg), o Estado irá contratar cem soldados voluntários para atender as ligações do 190, número que recebe notificações sobre ocorrências policiais e pedidos de socorro. Desde dezembro de 2009, a operacionalização do call center é feita por jovens aprendizes do Serviço de Promoção do Bem-Estar Comunitário (Soprobem), sob a supervisão de um monitor e de um policial.
Em inspeção no final do ano passado, o Conseg constatou que o serviço do 190 era ofertado à população de maneira inadequada e recomendou mudanças à Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds). “Pessoas sem preparo ou responsabilidade suficiente fazem o primeiro contato com o cidadão, que em um momento de desespero necessita da força pública”, afirmou o presidente do conselho, Paulo Brêda.
O presidente do Conseg relatou ao Tudo Na Hora um dos casos que sugere o despreparo dos jovens. Uma pessoa que telefonou ao 190 para dizer que havia encontrado um corpo, nervosa, acabou ouvindo uma piada do outro lado da linha.
E os problemas na contratação dos jovens do Soprobem não se restringem ao atendimento, de acordo com Paulo Brêda. Segundo ele, ainda há questionamentos na Procuradoria Geral do Estado (PGE) sobre a legalidade no pagamento de aprendizes do Soprobem.
Para melhorar o serviço, o Conseg e a Seds firmaram, há cerca de seis meses, um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), com a recomendação de alterações no funcionamento do 190 em Alagoas.
Estado vai contratar 100 soldados voluntários
O Estado afirma ter estudado duas possibilidades: a terceirização dos serviços do call center, o que custaria cerca de R$ 4 mil por cada profissional que atuasse no 190, e a contratação de soldados voluntários, prevista na Lei Estadual 6.451. Por questões de viabilidade financeira, o governo escolheu a segunda opção.
Em breve, o Estado deve lançar o edital do concurso público simplificado para a contratação temporária de 100 soldados voluntários. O processo, segundo o coronel Edmilson, da Seds, já tramita nos órgãos do governo.
Para participar da prova, é preciso ser maior de 18 anos e menor de 23, ter ensino médio completo, possuir aptidão física, não ter antecedentes criminais, entre outros critérios. O jovem contratado atuará por um ano, prazo que pode ser prorrogado por mais um ano.
O jovem contratado será regido por normas militares, entretanto, não poderá trabalhar em via pública, usar armas ou exercer o poder de polícia. Um policial militar irá supervisionar as atividades. A remuneração será de dois salários mínimos.
“Com a contratação de 100 jovens, nós ampliaremos a nossa capacidade de atendimento e vamos ofertar melhores serviços. Vencidas as burocracias, este edital será lançado o mais breve possível. O secretário Dário Cesar está à frente deste processo e o interesse é que se concretize o quanto antes”, afirmou o coronel Edmilson.
Atualmente, sessenta jovens do Soprobem trabalham no 190
Em turnos de seis horas, sessenta jovens do Soprobem fazem revezamento para atender as ligações do 190. De acordo com informações da Seds, eles recebem um salário líquido de R$ 508,61 e têm direito a benefícios como vale transporte, alimentação e o recebimento de material didático.
Questionado sobre o preparo dos jovens, o coronel Edmilson afirmou que todos são treinados antes de começar a trabalhar e também durante o período de contrato. “Os treinamentos são periódicos para melhorar a qualidade do atendimento ao público externo”, disse, enfatizando que um policial e um monitor do Soprobem supervisionam as atividades.
Fonte: TNH
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