Do Globoesporte.com
As principais ruas da histórica cidade de Marechal Deodoro-AL foram tomadas pelas cores vermelha e preta nesta quarta-feira de cinzas. Mais de mil foliões desfiliaram por mais de três horas no bloco Nação Rubro Negra. Sobrou empolgação. Apesar de a festa ser do Flamengo, torcedores de vários clubes marcaram presença. Até um vascaíno se rendeu ao frevo da orquestra Santa Cecília e participou da festa.
– Todo ano eu participo e venho com a camisa do Vasco pra mostrar que aqui em Marechal Deodoro o que vale é a paz, a harmonia e a tranquilidade. Aqui não tem briga de torcidas, e no bloco do Flamengo participam vascaíno, corintiano, são-paulino; enfim, todos são bem-vindos – comentou o vascaíno e folião André Marechal.
No entanto, ele afirma que, mesmo em clima de paz, a rivalidade não fica de lado e as piadas dos adversários são constantes, principalmente por causa do rebaixamento da equipe cruzmaltina.
– Já disseram que precisamos criar o bloco do Vasco e ele terá que desfilar na segunda, por causa do rebaixamento para a Segunda Divisão. A galera não deixa passar a oportunidade de tirar onda, mas o que prevalece é a harmonia.
Desfilando há 14 anos, o bloco Nação Rubro Negra empolga não só torcedores, mas famílias inteiras. Organizador do evento, Edglemes Santos não escondeu a felicidade por colocar mais uma vez a multidão na rua.
– Mais uma vez estamos na rua, em plena quarta-feira de cinzas. O bloco já virou tradição, e quem fecha o carnaval com chave de ouro aqui em Marechal Deodoro é o bloco do Flamengo. É um bloco bem democrático, o que vale é a brincadeira. O carnaval e o futebol devem ser assim, com muita paz e alegria – disse.
Edglemes disse que todo o trabalho antes da festa é recompensado pela alegria dos foliões.
– Ah, é muito emocionante, é de arrepiar. A gente trabalha muito para organizar, fica cansado, mas sabe que valeu a pena. Quando a gente sai às ruas e recebe os elogios no desfile, é maravilhoso.
Para animar uma multidão é preciso ter uma orquestra afinada e um animador que agite mesmo a massa. Locutor oficial do bloco, Garotinho Maia, como é conhecido José Maia Romeiro, diz que a garganta precisa estar bem preparada até mesmo para narrar gols do Flamengo durante a festa.
– Rapaz, não é fácil puxar essa massa porque eu trabalho de sábado à terça-feira no carnaval oficial daqui do município de Marechal Deodoro. Puxar esse bloco do Flamengo não é pra qualquer um. A garganta precisa estar preparada para que todo mundo esteja bastante animado, curtindo esse festão, que já virou tradição aqui na nossa cidade.
Presença garantida no Nação Rubro Negra, Jane Monteiro arrumou uma forma inusitada de desfilar. Com muito frevo no pé e disposição, ela conta como surgiu a ideia de sair com um penico.
– Essa ideia de sair com o penico surgiu do meu esposo e eu entrei no ritmo. Desde que saí pela primeira vez no bloco até hoje só saio dessa forma. Pra mim, o bloco do Flamengo é paz, alegria e momento de diversão. Eu trabalho os quatro dias de carnaval e aproveito essa oportunidade para curtir também. É uma festa muito boa, com participação de muitas famílias, e já virou tradição – explicou Jane, torcedora do São Paulo.
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