Acusado de matar a ex-sogra a facadas no Distrito Federal, Marcos Fernando Domingos Pereira (foto em destaque) foi condenado a 30 anos e sete meses de prisão e um ano e 15 dias de detenção, e multa, pela Justiça. Durante o ataque, o criminoso chegou a decepar alguns dedos da vítima. No processo, o réu declarou que por grande parte da vida foi “satanista”.
O crime ocorreu em em frente à Papelaria ABC, na Quadra 2 do Setor de Indústrias Gráficas (SIG), em fevereiro de 2022. Segundo a sentença, proferida pelo Tribunal do Júri de Brasília, na quinta-feira (4/7), Marcos foi condenado pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado (por motivo torpe, emprego de meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio), furto, descumprimento de medidas protetivas e ameaça.
Segundo a sentença, o réu deverá cumprir a pena em regime inicial fechado e não poderá recorrer em liberdade. À época, coluna Na Mira apurou que o homicídio ocorreu em consequência de uma briga entre casal. A mulher decidiu denunciar o companheiro e pediu medidas protetivas.
Com raiva, o Marcos teria ameaçado a ex-sogra e, ao encontrá-la em um ônibus, passou a esfaqueá-la. A mulher levou três facadas na cabeça e uma na axila esquerda. A vítima teve alguns dedos decepados ao tentar se defender. O réu, após o feminicídio, ainda furtou o celular da vítima e fez ameaças à ex-companheira e seus familiares.
Ligação desesperadora
A filha da vítima estava ao telefone com a mãe no momento do feminicídio. Ela ouviu a mãe pedindo para que o autor não cometesse o crime.
Segundo a mulher, o criminoso encontrava-se no mesmo ônibus que a genitora. “Ela me disse que ele estava no ônibus e eu falei para que não descesse. Acho que no pânico, ela acabou descendo e achando que daria para correr”, contou.
Ainda no telefone com a vítima, a filha ouviu a conversa entre a mãe e Marcos. “Não, Marcos! Para, Marcos!”, foi o que identificou.
“Depois só veio um grito e não tive mais resposta”, lembrou. Após executar a ex-sogra, o assassino mandou uma mensagem à ex-namorada dizendo que tinha cometido o crime. “Ele falou que a culpa era minha de isso ter acontecido”, lamentou.
Satanista
Para o juiz presidente do Júri, o acusado apresenta características extremamente negativas de personalidade. “Confessou que sempre cultivou o mal, inclusive declarando que em grande parte da vida foi satanista, e isto se refletiu, à evidência, no modo como se comporta”, disse o Juiz.
O magistrado observou que os depoimentos prestados pelo réu durante todo o processo, inclusive em plenário, bem como as desprezíveis mensagens de texto e áudio que enviava às vítimas (inclusive crianças e adolescentes), dão o tom de sua maldade, frieza, espírito vingativo e violento.
“Iniludivelmente o tom de suas mensagens revela um indivíduo não apenas capaz das maiores atrocidades, como ainda alguém despido de remorso e que se compraz com a dor alheia. Depois de matar a vítima absolutamente indefesa e que nenhum mal lhe causara, quis causar mais sofrimento a ex-companheira, contando-lhe sobre o crime e enviando-lhe fotos do corpo da mãe”, destacou o magistrado.
O julgador ainda destacou que o crime foi premeditado, minuciosamente planejado, com a intenção de atingir a ex-companheira.
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