Quase dois meses após o registro de dois casos suspeitos da síndrome de Haff, conhecida como doença da urina preta, a Secretaria Municipal de Saúde ainda não recebeu o resultado dos exames no laboratório para comprovar ou descartar a infecção.
Os dois casos as pessoas foram internadas em um hospital particular localizado no bairro da Gruta de Lourdes, em Maceió, apresentando perda da força física, dor muscular, febre e urina escura.
As amostras para o exame foram encaminhadas para o Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL) e depois enviadas para um laboratório parceiro especializado fora do Estado. Apesar do registro dos dois casos, mais nenhum caso suspeito foi registrado no estado.
A secretaria não informou se existe um prazo para o laboratório apresentar os resultados.
A doença
O professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e doutor em Ciências Aquáticas, Emerson Soares, esclareceu que a toxina que contaminou as duas irmãs em Recife com a Síndrome Haff, conhecida popularmente como doença da urina preta, pode ser encontrada em qualquer peixe que faça o consumo do muco de corais contaminados.
A doença ganhou notoriedade após duas irmãs serem internadas com um quadro grave, provocado pelo consumo do peixe arabaiana. De acordo com o especialista alagoano, os peixes ficam contaminados com a toxina ao se alimentar dos corais, que produzem essa substância.
“Essa palitoxina vem do muco dos corais, que é uma das fontes e que contaminam peixes que se alimentam dela e, consequentemente, as pessoas que possam fazer esse consumo desse peixe contaminado. São casos isolados e precisamos dizer que não é só um tipo de peixe que pode ser contaminado. Foi a arabaiana, por exemplo, mas a arabaiana é um peixe de alto mar, que se alimentou e foi acumulando, mas pode qualquer tipo de peixe”, detalhou Soares.
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