Rodoviários e servidores públicos de diversas categorias paralisaram as atividades nesta quarta-feira (15), em Maceió, contra as reformas da Previdência e Trabalhista, propostas pelo governo federal. Os manifestantes se reuniram no Centro para protestar por volta das 10h e saíram em caminhada às 11h. O ato foi encerrado pouco depois das 13h.
A estimativa da Central Única dos Trabalhadores (CUT) foi de cerca de 10 mil pessoas. A Polícia Militar contabilizou 5 mil. Também houve bloqueio em rodovias no interior do estado.
Paralisaram serviços os servidores de:
Educação estadual e municipal
Correios
Seguridade Social
Bancários (agências estão funcionando)
Motoristas e cobradores de ônibus urbanos
Casal
Eletrobras
Adufal
Os sindicatos das categorias informam que não tinham como medir a adesão ao movimento, mas que vários servidores participam da mobilização e a ordem geral era parar os serviços. Todos voltaram ao trabalho após o fim da mobilização, exceto os servidores estaduais e municipais da Educação.
No início da tarde, parte dos manifestantes invadiu o prédio do Ministério da Fazenda, no Centro (veja no vídeo abaixo). A entrada principal estava fechada, mas eles tiveram acesso ao local pelos fundos do prédio. Eles deixaram o prédio ao final da manifestação.
“Essa ordem de cortar os direitos do trabalhador é do Ministério da Fazenda, por isso a ocupação”, informou Élida Miranda, uma das integrantes da CUT.
O tenente-coronel Casado disse que a PM vai ficar acompanhando e aguardar uma reintegração de posse. “A previsão passada pela organização era só da caminhada. Mas entraram pela parte dos fundos”.
Rodoviários
Os rodoviários paralisam à medida que os coletivos chegam ao centro da cidade. Os ônibus que tinham como trajeto o Centro não circularam até o fim da manhã, mas retomaram o serviço no início da tarde.
A mobilização causou um efeito dominó, congestionando o trânsito em diversos pontos da cidade. Usuários que aguardam o transporte disseram que não sabiam da paralisação. Muitos foram pegos de surpresa, como o operador José Simplicio.
“Achei que essa greve era até oito horas, igual às outras, mas como está tudo parado, vou ter que gastar com táxi para não esperar porque tenho compromisso”, afirma Simplício.
Protesto no interior
De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), integrantes do Movimento Sem-Terra bloquearam trechos da BR-101 nos municípios de Novo Lino, Flexeiras e Junqueiro por volta das 9 horas.
O assessor do MST informa que também há bloqueios em União dos Palmares, Maragogi e Piranhas, mas que a interdição acontece em apenas uma faixa da via, para panfletagens contra as medidas do governo federal.
Não há estimativa do número de participantes pela organização do movimento nem pela PRF. Os bloqueios foram encerrados ao final da manhã.
Reformas do governo federal
O governo de Michel Temer (PMDB) detalhou, no fim do ano passado, pontos da reforma que quer promover na Previdência Social. O texto em apreciação no Congresso Nacional prevê, entre outras coisas, o estabelecimento de 65 anos como idade mínima para os contribuintes reivindicarem a aposentadoria.
Ainda em 2016, o governo federal apresentou uma proposta para também mudar a legislação trabalhista. Uma das ideias é permitir que negociações coletivas se sobreponham à lei. Em caso de acordo entre patrão e empregado, por exemplo, a jornada de trabalho poderia chegar a até 220 horas por mês (nos casos de meses com cinco semanas).
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