O sentimento de pertencimento ao torrão querido pulsou mais forte quando Mestra Zeza do Coco deu o grito de guerra, ao entoar seu cântico, com a autoridade de ser um Patrimônio Vivo das Alagoas. “Ô Alagoas, vou te cantar, pelo patrimônio vivo da cultura popular!”.
Zeza, que é Patrimônio Vivo da cultura de Alagoas, foi ovacionada e aplaudida de pé. “Meu amor pelo coco de roda teve início aos cinco de idade e ainda se chamava de pagode com setenta maneiras de se dançar”, disse Zeza.
Com a simplicidade e sabedoria de Mestra Zeza foi dado o pontapé inicial do Projeto Alagoanidade, Sua História, Sua Gente, no salão adornado nas cores em vermelho, azul e branco de iniciativa do Gabinete Civil, por meio do Arquivo Público de Alagoas (APA).
O projeto surge com intuito de despertar o sentimento de amor (pertencimento) dos alagoanos por suas tradições, história e cultura, que acontecerá trimestralmente na sede do APA, ofertando temas relevantes com palestras, exposições, apresentações artísticas e culturais, reunindo os mais variados segmentos.
Nesta primeira edição, o evento destacou a cultura popular em Alagoas e contou com as participações da museóloga Cármem Lúcia Dantas; do presidente da Comissão Alagoana de Folclore, Olegário Venceslau, e da mestra do Patrimônio Vivo Vânia Oliveira.
O público foi contemplado ainda além da apresentação de Zeza do Coco, com o Pastoril de crianças do bairro de Cruz das Almas, coordenado por mestra Vânia do Pastoril. O evento contou também com exposições de artesanato e livros que remetiam aos costumes e ao folclore do Estado.
Representando o secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias, o chefe de Gabinete André Molina Júnior deu as boas-vindas ao Projeto Alagoanidade. “Este projeto resgata o sentimento de pertencimento de amor a Alagoas, seus valores, sua cultura, literatura, tradições, arquitetura e seus sabores. Este projeto junta-se ao já tradicional Chá de Memória, que oferta à população a oportunidade de aproximimação com o nosso Arquivo Público, patrimônio de Alagoas”, destacou Molina.
Exposições e palestras também marcaram estreia do evento
De acordo com Wilma Nóbrega, superintendente do APA, o projeto reforça o compromisso do órgão com a proximidade da população e das instituições. “Nesta primeira edição, o público teve a oportundidade de ver a Exposição ‘Alagoanidade’ sobre fatos históricos, personalidades e curiosidades garimpadas no valioso acervo do APA, que conta atualmente com cerca de três milhões de documentos”, disse Wilma.
A museóloga Carmém Lúcia Dantas fez uma ampla explanação desde os primeiros registros históricos de Alagoas, como os primeiros naufrágios ocorridos na costa do município de Coruripe, um deles com o primeiro bispo do Brasil, D. Pedro Fernandes Sardinha, discorrendo pelas zonas geográficas do Estado e abordando sobre o rico artesanato alagoano que é fonte de inspiração para personalidades do mundo inteiro.
“Alagoas é um Estado pequeno, mas absolutamente rico em manifestações artísticas, folclóricas, música, enfim, uma benção da natureza”, destacou a museóloga.
Já o professor Olegário Venceslau falou sobre abordou sobre o tema “Cultura Popular – Tradicionalidade e Dinâmica”, ao destacar que a cultura popular é indissociável de Alagoas, demonstando que danças como pastoril, coco de roda, toré é uma mistura racial e étnica característica mantida nos folguedos alagoanos.
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