No coreto do histórico bairro de Jaraguá há um pokéstop, lugar onde é possível recolher diversos itens, como pokébolas, e isso acabou atraindo o estudante de direito Mateus Jucá e alguns amigos. Ele começou a jogar na quarta (3).
“Eu dei uma circulada pelo bairro do Farol e capturei muitos Pokémons. Quando eu estava passando pela rua da minha casa, vi dois carros parados em um pokéstop. Acabei descobrindo que um deles era meu vizinho”, conta Jucá.
Na Ponta Verde, os primos Maira Schein, designer de moda, e Renan Stangherlin, contador, do Rio Grande do Sul, aproveitaram o jogo para fazer uma caminhada noturna pela orla.
“Nós começamos a jogar hoje, e já viciamos. É um incentivo a mais para caminhar. Não íamos sair do hotel hoje, mas não resistimos. Infelizmente, acabamos ficando sem pokébolas”, conta Renan, rindo.
Ainda na Ponta Verde, os amigos Arthur Câmara, Rônero Gomes e Augusto Tenet saíram de uma aula em um cursinho, e foram direto para a orla. Arthur conta que até os professores já entraram na onda do jogo.
“Alguns professores nossos pediram pra ficarmos de olhos nos celulares deles. Quando aparecia algum pokémon, eles interrompiam a aula e iam lá tentar capturar”, diz Arthur.
Enquanto conversava com a reportagem, Rônero recebeu uma ligação de casa, perguntando onde ele estava. “’Tô’ na orla, caçando Pokémon”, foi a resposta.
Mais à frente, na Jatiúca, um grande número de jogadores tomava os dois lados de um trecho da Avenida Álvaro Otacílio, onde há dois Pokéstops. Em ambos havia um item chamado “Lure”, que atrai pokémons ao local. A ansiedade para capturar o máximo de monstrinhos fazia até alguns motoristas passarem mais lentamente pelo local, parando o trânsito em alguns momentos.
Um dos jogadores no meio do grupo era o publicitário Filipe Alves. Ele conta que, desde o lançamento do jogo, já capturou 98 dos 133 monstrinhos incluídos no jogo.
“Eu madruguei aqui na quarta. Só saí às 5h da manhã, mas não parei de jogar. Continuei no trabalho, e depois voltei para a rua para procurar mais”, diz Alves.
Ele criou um grupo nas redes sociais, onde os treinadores, como os jogadores são chamados, podem trocar informações. “Combinamos no grupo de vir para cá, e quando chegamos, já tinha muita gente por aqui. É melhor porque assim vamos todos juntos, o que dá mais segurança”, conclui o publicitário.
O empresário Marcos Maia, pai de um pequeno treinador, observava o grupo no trecho da Álvaro Otacílio. “Acho tudo isso uma loucura”, disse ele à reportagem. “Já vi o pessoal jogando na rua na minha época, mas futebol, bolinha de gude. Nunca vi algo assim. Acho que tem que ter um limite para isso, por causa da segurança”, conclui.
Quem também está observando a movimentação dos jogadores, mas achando tudo muito vantajoso, são os funcionários de uma lanchonete na Jatiúca. Naquele bairro, o local é o único Pokéstop que funciona em um estabelecimento comercial.
“Desde o lançamento, a gente viu um aumento de 10% nas vendas. Não esperávamos que aqui fosse virar parte do jogo. Agora, esperamos que aumente ainda mais a saída dos lanches aqui, já que nesse Pokéstop tem uma foto da nossa fachada”, conta Evandro Santos, responsável pela lanchonete. Ele também contou à reportagem que os funcionários também jogam, mas só na hora do intervalo.
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