Um estudo feito pela Agência Nacional das Águas (ANA) avaliou a profundidade das lagoas no estado de Alagoas. E o resultado foi assustador. Relatório aponta que por ano, mais de 280 mil toneladas de sedimentos vão parar nas lagoas. Devido ao assoreamento, especialistas alertam que se nada for feito o complexo Mundaú-Manguaba pode se transformar em um pântano nos próximos anos.
Os pescadores são um dos que mais sentem os efeitos do assoreamento. “A gente enfia o remo e quando vai tocar no duro já tem um metro e meio de lama”, diz José Carlos Lima.
Além da lama, pescadores e marisqueiros reclamam ainda que peixes e mariscos estão morrendo. “É difícil de encontrar maçunim e sururu. Quando a gente consegue pegar, vem com muita lama. Até os aratus estão morrendo porque a água fica parada e eles não conseguem respirar”, afirma Maria Lúcia dos Santos Silva.
Dezenas de bancos de areia se amontoam no meio da lagoa Mundaú. As garças caminham sem dificuldade onde antes só havia água. O processo natural de assoreamento que duraria até 7 mil anos aconteceu em menos de um século.
“A lagoa pode se transformar completamente em uma área do tipo pantanosa, semelhante ao pantanal: mais rasa e com uma biodiversidade completamente diferente da lagunar”, afirma o professor e pesquisador da Ufal, Carlos Ruberto.
Reprodução parcial do G1
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