O Ministério da Saúde recebeu até novembro de 2021 a informação de quatro casos suspeitos da doença de Haff, popularmente conhecida como doença da urina preta em Alagoas. Os registros são de notificação compulsória e devem ser investigados. Os dados chegaram ao MS em julho deste ano, de acordo com boletim epidemiológico emitido este mês.
Duas pessoas foram hospitalizadas em Maceió com sintomas da doença em julho de 2021 após consumirem peixe dourado em restaurante na Massagueira, em Marechal Deodoro. Naquele mês, a Vigilância Sanitária informou que apreendeu mais de 30 quilos de pescado e encaminhou o produto para análise no Laboratório Central de Saúde Pública de Alagoas (Lacen/AL).
Fora Alagoas, mais sete estados brasileiros comunicaram ao MS a ocorrência de casos suspeitos da doença de Haff: Bahia (26), Ceará (10), Amazonas (66), Pará (23), Pernambuco (4), São Paulo (1) e Amapá (9).
O Ministério da Saúde recomenda que todo caso compatível com a doença de Haff identificado seja notificado à Secretaria Municipal de Saúde e demais esferas do SUS, pois, por se tratar de doença inusitada de causa desconhecida, se enquadra como evento de saúde pública (ESP), que de acordo com a Portaria GM/MS N.º 04 de outubro de 2017, é de notificação compulsória e deve ser investigado.
De acordo com o MS, a doença de Haff pode desencadear a rabdomiólise, que envolve mialgia intensa de início súbito, hipersensibilidade, fraqueza, rigidez e contratura muscular, podendo estar acompanhada de mal-estar, náusea, vômito, palpitação, redução do volume urinário e alteração da coloração da urina (semelhante a café ou chá preto).
Os estudos epidemiológicos relatam que o período de incubação da doença é de até 24 horas e que o início dos sinais e sintomas ocorrem após o consumo de pescados. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que o resultado das análises ainda não foi concluído.
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