O Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL) está investigando se uma empresa em Maceió utiliza bromato de sódio, que é uma substância cancerígena, para fabricar pães. Uma fiscalização esteve no local nesta sexta-feira (1) e encontrou 11 embalagens do produto.
A ação foi denominada Pão Nosso e contou com apoio do Laboratório Central de Saúde Pública de Alagoas (Lacen) e da Vigilância Sanitária Municipal de Maceió. O nome do estabelecimento não foi divulgado.
No local, que fica no bairro da Levada, funciona uma distribuidora de produtos de panificação e também funciona uma fábrica do composto, que é revendido para padarias de todo estado.
“Recebemos uma denúncia anônima da prática de utilização de bromato de sódio em misturas para fabricação de pães. Sabemos do perigo para saúde do consumidor que é a utilização desse químico. Portanto, instaurei um procedimento para que a situação fosse investigada. Se comprovado o fato, adotaremos as medidas que cabem a este tipo de prática”, disse o promotor de justiça Max Martins, da 3ª Promotoria de Justiça da Capital
Segundo o MP, as embalagens não tinham rótulos ou dados sobre o fabricante. A única informação era uma espécie de carimbo com o nome de produto e avisando que ele tinha origem chinesa.
As embalagens e amostras do produto fabricado foram recolhidas para a realização de análise laboratorial.
O promotor explicou ainda que, nos últimos anos, poucas panificações compram os insumos separados para a fabricação do pão. Os panificadores têm dado preferência para misturas já prontas, o que torna a produção das massas de pães mais rápida e rentável.
“Até aí, tudo bem. Inclusive, há normas que regulamentam isso, com uma lista de itens que podem ser utilizados nessas misturas prontas. Acontece que o bromato de sódio não está nessa lista. E vale salientar que existem no mercado produtos que não utilizam o bromato ”, explicou Max Martins.
Os donos da empresa fiscalizada receberam notificações e um prazo para presentar as documentações exigidas.
Bromato de sódio
O Ministério Pública explica que os fiscais desconfiam que alguns fabricantes substituem o fermento biológico, geralmente utilizado no preparo das massas prontas, pelo bromato porque deixam os pães maiores, com maior durabilidade e mais crocante.
Eles ainda alertam que alterar um produto com substância proibida pode ser considerado crime hediondo, segundo legislação específica, com pena de 5 a 15 anos de prisão.
Embalagens de bromato de sódio foram encontrados na distribuidora de pães na Levada, em Maceió — Foto: MP-AL/Ascom
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