Sob olhares de profundo pesar e com as devidas honras, os corpos de dois oficiais militares que morreram após a queda do helicóptero da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/AL) foram sepultados, no início da tarde desta quinta-feira (24), no cemitério Campo Santo Parques das Flores, no Tabuleiro do Martins, em Maceió. Familiares, amigos, colegas de farda, além de diversas autoridades, a exemplo do governador Renan Filho (PMDB), do vice, Luciano Barbosa (PMDB), e do secretário de segurança Alfredo Gaspar de Mendonça, despediram-se dos militares.
O cortejo até as covas foi acompanhado por uma multidão. As cédulas funerárias foram carregadas por um grupo de policiais e bombeiros militares. Parentes, ainda muito emocionados, eram amparados pelos amigos e pelas autoridades presentes. Os pais, as viúvas e os filhos das vítimas estavam desolados.
O caixão com os corpos do major bombeiro Milton Carnaúba e do capitão PM Mário Henrique Carnaúba foram levados do Palácio Marechal Floriano Peixoto, onde estavam sendo velados desde a noite dessa quarta-feira (23), até o cemitério, em caminhões do Corpo de Bombeiros. No momento da saída, familiares e amigos aplaudiram as vítimas.
“A credibilidade deles é o que nos conforta. Vim aqui para prestar o apoio necessário à família. Já voei com eles várias vezes e na mesma aeronave. Foi uma grande fatalidade. Estou indo para o Benedito Bentes e depois para Palmeira dos Índios”, disse o governador Renan Filho.
O corpo do soldado PM Diogo Melo vai ser enterrado agora à tarde no cemitério Memorial Parque Maceió, no Benedito Bentes. Já o soldado PM Marcos de Moura vai ser sepultado em Palmeira dos Índios.
Comoção
O coronel Adriano Amaral, comandante do Corpo de Bombeiros de Alagoas, afirmou que os militares que morreram no acidente são comparados a verdadeiros heróis. Referindo-se especificamente ao major BM Milton, o coronel elogiou a postura do colega de farda, sendo um destaque na corporação.
“Ele possuía elevado conhecimento, competência há 14 anos e experiência em voos. Era profissional que vestia a farda. É uma profissão de risco, de fato, mas ninguém sabe o dia de amanhã. Os militares agiram com bravura e ainda pensaram em evitar uma tragédia, acenando para a população se afastar por causa do risco do acidente”, destacou Amaral.
“Ele vai se encontrar com o Altíssimo. A PM e toda Alagoas lamenta. Ele vai voar com as asas que Deus lhe deu e não mais com as hélices”, afirmou o tenente-coronel Thulio, do 2º Batalhão.
O coronel da reserva Mário Sérgio, pai do capitão Assunção, apesar da tristeza, falou sobre a morte do filho. “Desta vez, filho, não tivestes a mesma sorte da outra vez. Mas, Deus te recebe e acolhe de bracos abertos. Que Ele o encaminhe para locais corretos e você, filho, consiga ter a espiritualidade devida, trazendo conforto a todos nós”, afirmou.
“A perda é lamentável de quatro heróis que tentaram defender vidas e acabaram sacrificados. Eles mostraram a dedicação plena ao tentar desviar de todas as casas existentes no local para não atingir um morador. Hoje é um dia de total honrarias e é um momento de completa comoção popular do estado de Alagoas”, opinou o diretor-executivo da Organização Arnon de Mello, Luís Amorim.
“Perdemos homens que estavam totalmente integrados e que pouparam outras vidas. Eram profissionais de boa índole, formação e religiosos”, disse presidente do Instituto Arnon de Mello, Carlos Mendonça.
Gazetaweb
0 Comentários