Após assembleia na sede da Associação dos Oficiais da Polícia Militar de Alagoas, na tarde desta terça-feira (17), policiais de diversos batalhões decidiram desencadear, no Estado, a chamada “Operação Padrão” a partir desta quarta-feira (18). Os militares prometem não ir às ruas, caso não haja um número mínimo de homens e profissionais capacitados para conduzir viaturas. Além disso, eles prometem diversas manifestações até que o governo abra um canal de negociação com a categoria.
Os militares – da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros – reivindicam melhores condições de trabalho e o cumprimento de acordos por parte do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), como promoções de militares que estão há quase 30 anos sem ascenção. Após a assembleia desta tarde, eles saíram em passeata pelas ruas do Trapiche da Barra – onde está localizada a associação – e pelo Centro – onde fica o Quartel Geral da Polícia Militar de Alagoas, passando pela Assembleia Legislativa e pelo Palácio República dos Palmares. Os manifestantes carregavam um caixão, que simbolizava a morte da segurança pública, e se deitaram em frente à sede do Executivo para simbolizar os 15 mil assassinatos da gestão tucana.
“O governador pensava que a gente estava brincando. Durante sete anos, nós tentamos encontrar um caminho e não foi possível. Os militares nas ruas mostram que todos os canais de diálogo se fecharam com o governo do Estado. Infelizmente, não há negociação. É isso que nós cobramos, que o governador nos receba e nos dê uma resposta sobre os problemas que nossa categoria vêm enfrentando”, afirmou o major Wellington Fragoso, que preside a Associação dos Oficiais da Polícia Militar.
O coronel Ivon Berto, exonerado do posto de Chefe do Estado Maior após fazer críticas à segurança pública, afirmou que chega a ser desrespeitosa a forma como o governador trata os servidores da área de segurança pública. “A Lei de Responsabilidade Fiscal sempre é apontada como impeditivo para que o governador Teotonio Vilela aumente os salários dos servidores e cumpra antigas promessas”, ressaltou, acrescentando que a categoria merece “um tratamento digno” por parte do governo.
Os militares prometem diversas manifestações ao longo dos próximos dias. Segundo eles, panfletos serão entregues à população e os militares passarão a doar sangue, para que possam gozar de dias de folga.
O assassinato brutal do policial militar Ivaldo Oliveira da Silva, ocorrido na última semana, em Porto de Pedras, no Litoral Norte de Alagoas, foi lembrado pelos colegas de farda. Com faixas e cartazes, os militares destacavam que a morte do colega não será apenas mais uma estatística. E, ao final da manifestação, os militares cantaram à porta do Palácio República dos Palmares o hino nacional em homenagem a todos as vítimas da violência, em especial ao solado Ivaldo.
Fonte: Gazeta Web
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